Você já ouviu falar em Plant-Based? Esta dieta vem ganhando popularidade por vários motivos: menor impacto ambiental e reconhecidos benefícios para a saúde, quando comparada a uma dieta padrão —a conhecida como onívora, que é cultivada pela maior parte da população, e que mantém o consumo de alimentos de origem vegetal e animal. 

A geração atual possui alguns desafios importantes em termos de meio ambiente e saúde, podendo destacar entre eles as alterações climáticas, bem como os seus impactos, e as elevadas taxas de doenças não transmissíveis, respectivamente. 

As dietas plant-based e as dietas veganas tem sido amplamente estudadas pelo papel protetor que desempenham, mas principalmente porque estão associadas aos padrões alimentares mais sustentáveis, uma vez que dietas compostas por proteína animal produzem, em média, 360 vezes mais Co2, em comparação a uma dieta à base de proteína de tofu, por exemplo. Podemos pensar que uma dieta que priorize o consumo de proteína vegetal, se bem balanceada e monitorada, pode favorecer o meio ambiente e ser sustentável a médio e longo prazo, em termos de formação de um hábito alimentar.

 

Qual é a diferença entre uma dieta plant-based e a vegana?

As dietas plant-based são baseadas em alimentos de origem vegetal, buscando reduzir ao máximo o consumo de alimentos de origem animal, no entanto, é possível consumir leite, queijo, ovo, carne entre outros, mas em pequenas quantidades

Ao pensarmos em uma alimentação vegana, não há a possibilidade de consumir nenhum tipo de alimento de origem vegetal e esta filosofia reprova todo e qualquer alimento ou produto que esteja envolvido com a exploração animal. 

Obviamente temos outros temas que respaldam cada uma destas linhas, porém não é a ideia discutir aqui estes aspectos, e sim os alimentares. 

 Estas dietas, conhecidas também como dietas saudáveis e sustentáveis tem a capacidade de promover a saúde e o bem-estar, além de acessíveis, apresentam um baixo impacto ambiental e apoiam a preservação da saúde e da biodiversidade planetárias. Infelizmente, a proporção da população mundial que segue este padrão alimentar ainda é baixa, mas podemos, aos poucos, incorporar hábitos que melhorem a nossa saúde, previnam as doenças crônicas, principalmente cardiovasculares e câncer, além de beneficiar o planeta.  

 

E como fazer isto? 

Na medida do possível, busque incorporar algumas destas atitudes. Retire de sua alimentação, pelo menos uma ou duas vezes na semana, alimentos de origem animal. Substitua a carne, pescado, frango, ovo por leguminosas, como feijão, lentilha, grão de bico, em uma quantidade mínima de 1 concha com mais grãos, por refeição. 

  • Opte pelas bebidas vegetais à base de aveia e arroz para substituir o leite de vaca;
  • Tenha um acompanhamento profissional a cada 6 meses para checar os níveis de vitamina B12 e ferro, principalmente se for gestante, nutriz ou maior de 60 anos;
  • Procure consumir frutas e verduras da época, pela maior presença de vitaminas, minerais e fitoquímicos;
  • Se possível, adicione gergelim e gérmen de trigo em sua alimentação ;
  • Procure sempre consumir alimentos com cores específicas. São elas, amarelo, vermelho, verde escuro e roxo para enriquecer o seu prato e garantir nutrientes essenciais, como carotenoides, licopeno, ácido fólico, ferro de origem vegetal e um composto bioativo chamado antocianina, protetor e antioxidante. 

A atitude de priorizar o consumo alimentar baseado em uma dieta com menos proteína animal, vem sendo descrita como positiva dentro da ciência, reforçando que uma alimentação à base de plantas, pode ser uma alternativa mais sustentável e viável para a maioria da população até 2030. 

Sei que estes conceitos podem parecer bastante desafiadores de serem incorporados, mas a minha ideia aqui é apresentar ideias, e não levantar uma bandeira. Trazer à tona temas importantes e que vem sendo discutidos na atualidade para que você possa, a partir de seu estilo de vida e possibilidades, avaliar se pode ser beneficiado pela informação fornecida. Tenha certeza de que tudo o que é comentado por aqui tem respaldo científico e, neste sentido, é importante que você saiba que já temos pesquisadores que acreditam ser possível manter a vida com uma dieta livre de produtos de origem animal, uma vez que a variedade de frutas, legumes e sementes são capazes de fornecer energia, macronutrientes, vitaminas e minerais necessários para manter uma vida saudável e longa.

No mais, é avaliar, experimentar e ter sempre uma atitude consciente em relação a sua alimentação. Você não precisa ser drástico e adotar uma forma de se alimentar 100%….pode aos poucos incorporar hábitos mais saudáveis e caminhar dentro do seu ritmo.

 

*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

Referências Bibliográficas

Landry MJ, Ward CP, Cunanan KM, Durand LR, Perelman D, Robinson JL, Hennings T, Koh L, Dant C, Zeitlin A, Ebel ER, Sonnenburg ED, Sonnenburg JL, Gardner CD. Cardiometabolic Effects of Omnivorous vs Vegan Diets in Identical Twins: A Randomized Clinical Trial. JAMA Netw Open. 2023 Nov 1;6(11):e2344457. doi: 10.1001/jamanetworkopen.2023.44457. Erratum in: JAMA Netw Open. 2023 Dec 1;6(12):e2350422. PMID: 38032644; PMCID: PMC10690456.
Craig WJ, Messina V, Rowland I, Frankowska A, Bradbury J, Smetana S, Medici E. Plant-Based Dairy Alternatives Contribute to a Healthy and Sustainable Diet. Nutrients. 2023 Jul 30;15(15):3393. doi: 10.3390/nu15153393. PMID: 37571331; PMCID: PMC10421454.
Instituto Europeu de Saúde e Nutrição (https://ienutricion.com/)