Conforme a Lei Brasileira de Inclusão, 13.146 de julho de 2015, tecnologia assistiva é definida como: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que tenham como objetivo promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.

É um termo utilizado para identificar recursos e serviços voltados às pessoas com deficiência, visando proporcionar a elas, autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. Desta forma, melhora as habilidades funcionais de pessoas com deficiências, sendo essencial na representação de autonomia e inclusão.

 

Para pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis”.

 

No geral, o objetivo é garantir uma maior qualidade de vida para essas pessoas, fazendo com que existam menos barreiras para realizar atividades cotidianas e do âmbito profissional. Vale dizer também que as tecnologias assistivas, além de serem essenciais para quem tem uma deficiência permanente, também são bastante úteis para pessoas com deficiências temporárias ou situacionais.

 

Quais as categorias de tecnologias assistivas?

Segundo algumas definições acordadas a nível mundial, existem 12 categorias de tecnologias assistivas. É bastante importante que essas categorias existam, porque é só com essa organização que esta área do conhecimento poderá ser aprofundada, em termos de pesquisa, desenvolvimento e até promoção de políticas públicas.

 

  1. Auxílio para a vida diária: essas são ferramentas relacionadas às tarefas mais básicas de uma pessoa, como comer, tomar banho, se vestir e cuidar da casa.
  2. Comunicação aumentativa e alternativa: as tecnologias deste grupo permitem a comunicação autônoma e completa por parte de pessoas mudas ou com limitações de fala, como vocalizadores e pranchas de comunicação.
  3. Recursos de acessibilidade ao computador: aqui encontramos os mais diversos equipamentos que possibilitam o acesso ao computador pelas pessoas com deficiência, como teclados modificados, softwares de leitores de tela e reconhecimento de voz, por exemplo.
  4. Sistemas de controle de ambiente: esses sistemas são voltados para pessoas com mobilidade reduzida, para que possam controlar aparelhos remotamente, seja acendendo as luzes ou abrindo portas.
  5. Projetos arquitetônicos para acessibilidade: essas talvez sejam as mais conhecidas das tecnologias assistivas, por aparecem mais no dia a dia da sociedade. Elas consistem em reformas e adaptações estruturais dos espaços, construindo rampas e adaptando banheiros, por exemplo, para reduzir barreiras físicas e facilitar a locomoção.
  6. Órteses e próteses: são um tipo de recurso ortopédico, que podem ajustar ou substituir partes do corpo com membros artificiais, auxiliando na locomoção.
  7. Adequação postural: todos os produtos e equipamentos que buscam o conforto das pessoas que precisam passar a maior parte do tempo sentadas ou deitadas, como encostos anatômicos para cadeiras de rodas e posicionadores que dão uma maior estabilidade.
  8. Auxílios de mobilidade: já falamos um pouco das cadeiras de rodas, mas é nessa categoria que elas se encaixam. Além delas, também temos andadores, scooters e qualquer outro tipo de veículo que ajude na mobilidade da pessoa com deficiência.
  9. Auxílios para pessoas cegas ou com deficiência visual: esses recursos incluem lupas, equipamentos em Braille, leitores de tela e até mesmo animais de serviço treinados para apoiarem a pessoa com deficiência no dia a dia.
  10. Auxílios para pessoas surdas ou com deficiência auditiva: aqui achamos diversos aparelhos, como implantes cocleares, sistemas de alerta visuais, telefones com teclado e também tradutores para Línguas de Sinais.
  11. Adaptações em veículos: todos os acessórios e adaptações que possibilitam pessoas com deficiência a acessarem e guiarem veículos, como rampas para cadeiras de rodas e arranjos de pedais.
  12. Esporte e lazer: aqui estão os recursos e serviços que contribuem para uma maior acessibilidade em atividades de recreação e esportivas, como bolas que emitem sons para pessoas com deficiência visual.

 

Mas na prática, como isso funciona?

Leitores de tela e ampliadores de imagem

Esses são softwares focados em pessoas com deficiência visual e/ou baixa visão. Os leitores de tela são responsáveis por traduzir todo o conteúdo em texto presente na tela para voz, inclusive imagens, desde que elas tenham uma descrição alternativa. Enquanto isso, ampliadores de imagem estão relacionados às ferramentas de zoom in e zoom out das páginas na web.

 

Hand Talk

A Hand Talk é a maior plataforma de tradução em línguas de sinais do mundo. Com a ajuda dos tradutores virtuais 3D Hugo e Maya, e da Inteligência Artificial, realiza traduções de português para Libras (Língua Brasileira de Sinais) e de inglês para ASL (Língua de Sinais Americana), servindo como um tradutor de bolso.

 

Bengala eletrônica

Essas bengalas são mais tecnológicas do que a média, sendo capazes de alertar a pessoa se ela está se aproximando de algum obstáculo no seu caminho, como uma árvore no meio da rua, ou uma cadeira no escritório. Elas funcionam emitindo alertas sonoros ou de vibração, ajudando a pessoa com deficiência visual a se locomover de forma mais independente.

 

Pernas robóticas

Dentro da categoria de próteses, elas ajudam as pessoas com deficiência física a se locomover de maneira mais livre e autônoma, inclusive ajudando na prática esportiva.

 

Stand table

Stand tables funcionam como apoios para pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida a se locomoverem em pé, melhorando a circulação do corpo e diminuindo o inchaço nas pernas, muitas vezes causados por várias horas seguidas em uma cadeira de rodas.

 

Por que é importante investir em tecnologias assistivas?

Se continuarmos promovendo a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade, a autonomia será uma grande aliada nessa missão. Com mais investimentos, vem a possibilidade de desenvolver e construir produtos e ferramentas mais focados nas dores e necessidades das pessoas com deficiência. Não se esqueça que também é muito importante contar com as próprias pessoas com deficiência nesse processo, além de profissionais especialistas em tecnologia e acessibilidade.

Ao proporcionar ferramentas que superam as barreiras físicas e comunicativas, ela permite que pessoas com deficiência vivam de maneira mais independente e participem ativamente da sociedade.

 

*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.