De maneira bem simplificada, a radiação é a energia que viaja pelo espaço em forma de ondas ou partículas, sendo que ela está ao nosso redor todos os dias, proveniente de fontes naturais, como o sol, e de fontes artificiais, como os aparelhos médicos de diagnóstico.
Os riscos inerentes à exposição à radiação ionizante de exames de imagem são relativamente baixos, comparado aos benefícios que os mesmos proporcionam.
Todo procedimento de imagem como RX, mamografias e tomografia são projetados para utilizar técnicas com a menor quantidade possível de radiação, sendo estes equipamentos checados e regularizados diariamente para garantir a segurança dos pacientes, tudo isso auditado através de certificados radiométricos que as clínicas e hospitais detém.
Nos exames de raio-x, mamografia e tomografia, utilizamos o que é chamado de radiação ionizante. Esse tipo de radiação do raio X tem energia para capturar imagens dos ossos para, por exemplo, detectar fraturas, bem como de estruturas internas como pulmão, diagnosticando infecções, entre outras doenças.
A mamografia produz imagens detalhadas dos tecidos fibroglandulares mamários e também diagnostica microcalcificações benignas e suspeitas, bem como densidades nodulares que vão direcionar o médico a um melhor diagnóstico.
A tomografia computadorizada (TC) produz imagens mais detalhadas usando uma série de raios-x tirados de diferentes ângulos, podendo avaliar as mais diversas estruturas do corpo.
A ressonância magnética e ultrassom são exames seguros, que não apresentam radiação ionizante. O ultrassom utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar imagens do interior do corpo. Um transdutor emite ondas sonoras que penetram no tecido e são refletidas de volta ao transdutor, que as registra e transforma em imagens visualizadas em tempo real em um monitor.
A ressonância magnética usa um campo magnético forte e ondas de rádio para gerar imagens detalhadas das estruturas internas do corpo. Durante um exame de ressonância magnética, o paciente é colocado dentro de um tubo grande que contém poderosos ímãs. As ondas de rádio são então transmitidas para o corpo, perturbando temporariamente o alinhamento dos átomos de hidrogênio no corpo.
Ambos os métodos, ultrassom e ressonância magnética, são preferidos em certas situações clínicas para evitar a exposição à radiação ionizante, especialmente útil em pacientes jovens, gestantes ou quando múltiplas imagens são necessárias ao longo do tempo para monitoramento de condições de saúde.
As maneiras mais eficazes de um paciente minimizar riscos inerentes à radiação são:
- Melhor linha de cuidado: certifique-se de que cada exame de raio-x ou tomografia seja justificado pelo seu médico se é realmente necessário.
- Histórico de radiação: informe ao seu médico sobre exames anteriores para evitar repetições desnecessárias.
- Tecnologia atualizada: verifique se a clínica ou hospital utiliza tecnologias modernas e práticas de redução de radiação.
Uma dúvida frequente é sobre a radiação de fundo, também conhecida como radiação natural de fundo, refere-se à radiação ionizante que está constantemente presente no ambiente ao redor de nós. Sim, todos os dias tomamos radiação e ela provém de várias fontes naturais e algumas artificiais. Essencialmente, todos nós estamos expostos a uma certa quantidade de radiação de fundo diariamente, independentemente de onde vivemos ou do que fazemos.
A radiação de fundo é medida em millisieverts (mSv) por ano, e a média global é de cerca de 2,4 mSv por ano, mas pode variar significativamente dependendo da localização geográfica e de outros fatores. É importante notar que, embora a radiação de fundo seja uma exposição constante, ela é geralmente de baixo nível e considerada segura pela comunidade científica e pelos órgãos reguladores de saúde.
Durante um voo de avião, por exemplo, você está exposto a níveis mais elevados de radiação cósmica, principalmente porque a altitude elevada reduz a proteção atmosférica que normalmente absorve parte dessa radiação vinda do espaço. A quantidade de radiação recebida durante um voo pode variar dependendo de vários fatores, incluindo a altitude, a latitude e a atividade solar no momento. Para um voo de avião de 8 horas, a dose de radiação recebida geralmente varia entre 0.03 a 0.1 millisieverts (mSv). Voos que atravessam os polos, onde o campo magnético da Terra é mais fraco e permite maior entrada de radiação cósmica, podem ter doses ligeiramente maiores. Comparativamente, esta exposição é maior do que a radiação de fundo diária na superfície da Terra, mas ainda é considerada baixa.
Perguntas frequentes sobre exames de imagem
Eu devo evitar exames de raio-x e tomografia?
Não necessariamente. Esses exames são ferramentas poderosas para diagnóstico médico. A chave é usá-los de forma judiciosa, entendendo quando são realmente necessários.
A radiação de um único raio-x pode causar câncer?
A quantidade de radiação em um exame de raio-x típico é muito baixa. O risco de câncer é considerado pequeno quando comparado aos benefícios diagnósticos que o procedimento oferece.
Existe alternativa para esses exames?
Em alguns casos, exames sem radiação como ultrassonografia ou ressonância magnética podem ser alternativas. Discuta com seu médico sobre as melhores opções para o seu caso específico.
Como funciona a densitometria óssea?
O equipamento usa raios-X para medir a quantidade de cálcio e outros minerais nos
ossos, geralmente medindo áreas como a coluna lombar e o quadril, que são locais comuns para fraturas relacionadas à osteoporose. Embora este exame utilize radiação ionizante, a dose de radiação é bastante baixa, geralmente cerca de 0.001 a 0.01 millisieverts (mSv). Para colocar isso em perspectiva, é menos do que a radiação natural de fundo que uma pessoa típica recebe em um único dia (aproximadamente 0.01 mSv por dia).
Devido à sua baixa dosagem de radiação, a densitometria óssea é considerada um exame seguro e é a técnica padrão ouro para medir a densidade mineral óssea.
Qual a dose de radiação em uma tomografia de crânio?
A dose de radiação recebida durante uma tomografia computadorizada (CT) pode variar dependendo do tipo de equipamento usado, das configurações específicas para o procedimento, e das práticas do local onde o exame é realizado. No entanto, podemos fornecer uma estimativa aproximada para uma tomografia computadorizada do crânio, em torno de 2 mSv (millisieverts). Para comparação, a radiação de fundo natural, que uma pessoa típica recebe anualmente apenas do
ambiente, é cerca de 2-3 mSv por ano.
Qual a dose de radiação em um raio x de tórax?
Um raio X de tórax é um dos procedimentos de imagem que emite uma quantidade baixa de radiação, sendo em média aproximadamente 0.1 mSv ( milisievert) de radiação. Para colocar isso em perspectiva, a dose de radiação de um raio X de tórax é comparável à quantidade de radiação natural (radiação de fundo) que uma pessoa recebe em aproximadamente 10 dias no ambiente natural, sendo assim considerada baixa.
Para finalizar este artigo podemos considerar que os exames de raio-x, mamografia e tomografia envolvam radiação, eles são instrumentos diagnósticos valiosos. Com uso responsável e consciente, os benefícios superam significativamente os riscos. Se tiver dúvidas ou preocupações, converse sempre com seu médico para entender melhor cada procedimento e como ele pode ser benéfico para você.
Colaboração: Silvio Fontana Velludo, membro titular do Colégio brasileiro de radiologia e Mestre em administração de empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
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