De acordo com a Cleveland Clinic, os ataques de pânico noturnos fazem com que você acorde com medo e tenha dificuldade para respirar, além de sentir taquicardia e suar profundamente. Se você já sofreu com ataques ou transtornos de pânico, saiba que pode ser mais propenso a ter esses sinais pela noite.

Como os ataques de pânico diurnos, você pode tomar medidas para aliviar a angústia intensa ou o medo e outros sintomas e, vale reforçar que, se isso acontecer regularmente, é importantíssimo, junto ao médico, encontrar tratamentos que possam ajudar a interromper os ataques de pânico.

Os principais sintomas de um ataque de pânico a qualquer hora do dia podem ser divididos em três categorias. Para ser classificado, é preciso ter quatro ou mais desses sintomas diferentes ao mesmo tempo, como:

 

  • Falta de ar;
  • Sudorese;
  • Calafrios;
  • Náuseas;
  • Palpitações ou taquicardia;
  • Sentimento de fadiga ou instabilidade;
  • Tremores;
  • Tontura;
  • Desconforto ou dor no peito;
  • Sensações de formigamento ou dormência;
  • Ondas de calor ou calafrios;
  • Medo repentino de morrer, de perder o controle, ser atacado;
  • Sentimento de sufocamento, desconexão com a realidade e de si mesmo (desrealização e despersonalização).

 

Não se sabe ao certo a causa desses ataques ou por que 1 em cada 75 pessoas desenvolve a condição crônica conhecida como transtorno do pânico. Pesquisadores sugerem que algo afeta o modo como seu cérebro e sistema nervoso percebem e processam o medo e a ansiedade.

A maioria dos ataques de pânico acontece durante o dia, geralmente quando uma situação não ameaçadora desencadeia uma resposta de pânico. Da mesma forma, os ataques de pânico noturnos não têm base na situação.

Os pesquisadores identificaram fatores subjacentes que podem aumentar o risco de um ataque de pânico noturno, entretanto, mesmo assim, nem todas as pessoas com os fatores de risco acordarão com um ataque de pânico. Podemos elencar algumas questões, como:

Genética: se você tem familiares com histórico de ataques de pânico ou transtorno do pânico, é mais provável que você também tenha.

Estresse: a ansiedade não é a mesma coisa que um ataque de pânico, mas as duas condições estão intimamente relacionadas. Sentir-se estressado, sobrecarregado ou altamente ansioso pode ser um fator de risco para um futuro ataque de pânico.

Alteração química do cérebro: mudanças hormonais ou relacionadas ao uso de medicamentos podem afetar a química do seu cérebro, causando ataques de pânico.

Eventos da vida: a agitação em sua vida pessoal ou profissional pode trazer muita preocupação e causar ataques de pânico.

Algumas condições e distúrbios subjacentes podem aumentar as chances de um ataque de pânico, como o distúrbio de ansiedade generalizada, transtorno de estresse agudo, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo e indivíduos com fobias específicas.

O que acontece muito é o ciclo do pânico, em que o medo de ter outro ataque aumenta a ansiedade, levando à perda de sono, aumento do estresse e maior risco de mais episódios de pânico. Os sintomas do ataque de pânico noturno costumam atingir o pico em menos de 10 minutos e diminuem, mas depois as pessoas podem demorar a dormir novamente.

Embora os ataques sejam desagradáveis, eles não são perigosos. Os sintomas são incômodos e assustadores, mas existem medidas de tratamento que ajudam a reduzi-los e/ou pará-los completamente.

 

Formas de tratamento

Relaxar: deixe de pensar nos sentimentos que você está tendo, concentre-se em sua respiração. Respire lenta e profundamente. Sinta a tensão em sua mandíbula e ombros e diga aos seus músculos para relaxar. Duas indicações são aplicativos de meditação (que auxiliam na prática guiada e técnicas respiratórias) e a leitura do livro “Não acredite em tudo o que você sente: identifique seus esquemas emocionais e liberte-se da ansiedade e da depressão” (2020).

Vá atrás de distrações: se os sintomas do ataque de pânico parecerem insuportáveis, você pode tentar se distanciar das sensações físicas dando a si mesmo outra tarefa. O que ajuda muito é focar em coisas próximas. Um exercício que funciona bem é pensar em dez coisas que você está vendo, dez sons que está ouvindo, dez coisas que tocam a sua pele. Pense nisso repetidamente, pois despertará sua consciência e você acalmará.

 

Caminhe: caminhe pela casa, respire, olhe ao seu redor ou mesmo coloque uma música que te acalme. Se você tiver ataques de pânico regulares, converse com seu médico sobre tratamentos que podem ajudar a reduzir a frequência e evitar que eles aconteçam no futuro. Esses tratamentos incluem a TCC (terapia cognitivo comportamental) e até estratégias medicamentosas.

É importante buscar ajuda médica quando você está tendo mais de dois ataques de pânico em um mês, tem dificuldade para dormir ou descansar por medo de acordar com outro ataque de pânico, mostra outros sintomas que podem estar relacionados aos ataques de pânico (como transtornos de ansiedade ou de estresse).

 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

Referências Bibliográficas

Cleveland Clinic. Nocturnal Panic Attacks. Disponível em: https://my.clevelandclinic.org/health/diseases/22776-nocturnal-panic-attacks
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