Geralmente vemos que os principais centros de estudo de nutrição recomendam refeições diárias variadas para alcançar uma dieta bem equilibrada. Mas para entender melhor essa questão, podemos usar como exemplo uma pergunta diferente: uma criança pode ficar “trancada” em casa todos os dias sem ter contato com outros ambientes?
Pensando desta forma, os médicos pediatras recomendam o contato com diferentes ambientes, solos — grama, areia, terra –, contato com animais etc; para criar anticorpos suficientes, visto que estão em fase de desenvolvimento.
Respondendo à pergunta, comida é a mesma coisa; se ficarmos em um ambiente fechado, sem variar o nosso paladar, sem saborear os alimentos e suas diferentes texturas, podemos não usufruir dos diversos benefícios que cada nutriente vai nos proporcionar.
Por que não comer os mesmos alimentos todos os dias?
- Monotonia alimentar. Comer os mesmos alimentos deixa a dieta sem graça, entediante e sem vitaminas ricas em nutrientes, uma vez que estes nutrientes recebidos serão sempre os mesmos, nas mesmas proporções e padrão de aproveitamento. Além disso, a atratividade do prato vai acabando e perdendo a graça, uma vez que você já sabe as cores, aromas e texturas, ficando sem muita motivação para provar novos alimentos.
- Ausência de nutrientes e variedade de vitaminas e minerais. Comer a mesma comida todos os dias, pode limitar sua dieta para nutrientes ricos, e até privar substâncias importantes e essenciais para a saúde.
- Desenvolvimento de “intolerância adquirida”. Ou seja, a falta de exposição do organismo a determinados alimentos, pode contribuir com o desenvolvimento de “intolerância” ao se expor ao mesmo alimento diariamente. Quando seguimos dietas restritivas, monótonas e hipocalóricas sem orientação nutricional, a deficiência de nutrientes pode comprometer a formação das novas células, comprometendo suas funções fisiológicas e metabólicas. Esses nutrientes diversificados como vitaminas, minerais e ácidos graxos poli-insaturados são os que naturalmente executam as ações anti-inflamatórias, antioxidantes, anticancerígenas, detoxificantes e anti-alérgicas.
- Sem texturas e sabores diferenciados: Quando incluímos novos alimentos nas refeições, ampliamos nosso paladar e o deixamos mais apurado para diferentes escolhas.
E como posso variar?
Um estudo, enfatizando essa variação, mostrou que variar a alimentação — é claro, com alimentos saudáveis — auxiliam em um aporte nutricional adequado, além de um melhor acompanhamento e atenção à qualidade nutricional e de vida. Por isso, temos que variar, mas sempre com a devida atenção às nossas escolhas alimentares. O ideal é ter uma educação alimentar com a sua nutricionista, para saber os alimentos que têm equivalência calórica e nutricional e quais são aqueles que serão substituídos pela alimentação “base” da rotina.
Pesquisas recentes sugerem que comer uma variedade maior de alimentos saudáveis pode melhorar a saúde de forma significativa –estando associado a uma menor probabilidade de desenvolver síndrome metabólica — fatores de risco que aumentam suas chances de problemas cardiovasculares.
Abaixo, veja algumas figuras que ilustram a base de uma refeição completa: almoço e jantar, além de qualidade e proporções nutricionais adequadas.
Há diversas formas de distribuirmos nossas calorias. Isso deve ser elaborado junto com a sua nutricionista, que conhece seu estilo de vida e também sabe quais serão as suas necessidades diárias e individuais.
Segue um exemplo de acordo com a taxa metabólica basal, ou seja, a caloria diária utilizada para seus processos basais (respirar, coração bater, sangue circular, pensar).
Podemos variar de diferentes formas, de acordo com os grupos alimentares equiparados com a quantidade calórica.
Seguem os grupos alimentares para ficarem atentos.
Alimentos saudáveis variados, comer várias vezes ao dia, prestar mais atenção na qualidade e quantidade dos alimentos ingeridos e na mastigação. O suficiente sempre é a melhor opção para o seu resultado em saúde e bem-estar. Vamos em frente!
*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
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