Como sabemos, ter um pet em casa traz inúmeros benefícios para a saúde e para o bem-estar. A convivência com pets pode trazer a sensação de felicidade e incentivar a prática de atividades físicas. Além disso, animais de estimação oferecem companhia e afeto, ajudando a aliviar sintomas de depressão e solidão. A presença de um animal de estimação enriquece a vida emocional e promove uma série de benefícios físicos e psicológicos, melhorando a qualidade de vida de toda a família.

 

Os pets além de ótimos companheiros, também estão presentes no cenário de reabilitação e terapias para as pessoas com deficiência

Apesar de sua nomenclatura ser recente, um dos primeiros indícios da Pet Terapia surgiu durante a Primeira Guerra Mundial, onde soldados e civis se mostraram mais receptivos aos tratamentos médicos quando havia a presença de animais ao redor. 

Outros indícios de que a presença de animais se afirmava benéfica ocorreram também nas décadas seguintes em hospitais que recebiam a presença de pets para acompanhar o tratamento dos pacientes.

 

O que é a pet terapia?

A pet terapia, também conhecida como terapia assistida por animais (TAA), é uma abordagem terapêutica que utiliza a interação com animais para promover benefícios físicos, emocionais e sociais em indivíduos de todas as idades. Esta prática pode envolver diferentes tipos de animais, como cães, gatos, cavalos, coelhos e até mesmo aves.

No mundo, a terapia assistida por animais foi amplamente empregada e difundida na reabilitação de soldados que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, na década de 1950, a professora Nise da Silveira introduziu essa abordagem terapêutica no tratamento de pessoas com esquizofrenia e, desde então, esse tipo de terapia vem crescendo e ganhando espaço.

 

Terapia assistida por animais e atividade assistida por animais

No contexto de terapia, existem duas técnicas amplamente utilizadas que apresentam diferenças distintas: a Terapia Assistida por Animais (TAA) e a Atividade Assistida por Animais (AAA).

A TAA é uma abordagem terapêutica mais complexa, que requer sempre a supervisão de um médico, fisioterapeuta, psicólogo ou outro profissional da saúde. Ela faz parte de um tratamento mais abrangente, que geralmente inclui outras intervenções e necessita de monitoramento constante.

Por outro lado, a AAA é uma atividade mais flexível e abrangente. Envolve visitas,  recreação com animais e não exige, necessariamente, a presença de um profissional da saúde. É recomendada para tratar ansiedade, dificuldades de socialização e para pessoas com deficiência.

Além de inclusiva, a pet terapia não tem restrição em espécies de animais que podem ser utilizadas. A escolha do método mais agradável e eficaz cabe ao médico e ao paciente. Entretanto, alguns estudos demonstram a eficácia de certos animais em tratamentos específicos. 

Por exemplo, ao montar em um cavalo, os músculos utilizados para caminhar são estimulados, o que pode fortalecer e ajudar pessoas com dificuldades de locomoção proporcionando de forma lúdica uma reabilitação física ao paciente. Os cães são os pets mais frequentemente utilizados devido à sua boa aceitação pela maioria das pessoas e à facilidade de adestramento, tornando-os excelentes terapeutas.

 

Exemplos de Pet terapias

Cães de assistência

Cães treinados podem ajudar pessoas com deficiências físicas a realizar tarefas diárias, como abrir portas, pegar objetos e até mesmo alertar sobre crises médicas.

 

Equoterapia

A terapia com cavalos, conhecida como equoterapia, é particularmente eficaz para pessoas com paralisia cerebral, autismo e outras deficiências motoras, ajudando a melhorar o equilíbrio, a coordenação e a força muscular.

 

Gatos e animais pequenos

Gatos e outros pequenos animais podem ser especialmente benéficos para pessoas com deficiências sensoriais ou emocionais, proporcionando conforto e estímulo sensorial.

 

Os benefícios da pet terapia

Além desses já citados, quando combinados com a reabilitação, a pet terapia traz uma série de outros benefícios que estão sendo estudados e trabalhados. Esses benefícios abrangem aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos, proporcionando uma melhoria geral na qualidade de vida dos indivíduos.

 

Benefícios Físicos

  1. Melhora da mobilidade e coordenação motora: atividades como caminhar com um cão ou montar em um cavalo podem ajudar a melhorar a força muscular, a coordenação e o equilíbrio. A interação com animais pode incentivar movimentos que ajudam na reabilitação física.
  1. Estimulação sensorial: o toque e o contato físico com os animais podem proporcionar uma rica estimulação sensorial, essencial para pessoas com deficiências sensoriais.

 

Benefícios Emocionais

  1. Redução do estresse e ansiedade: a presença de um animal pode ter um efeito calmante, ajudando a reduzir os níveis de estresse e ansiedade. A interação com pets pode aumentar a produção de endorfinas e serotonina, hormônios que promovem a sensação de bem-estar.
  1. Aumento da Autoestima e Confiança: cuidar de um animal e ver o impacto positivo dessa interação pode aumentar a autoestima e a confiança do indivíduo.

 

Benefícios Sociais

  1. Melhoria na socialização: os animais podem servir como mediadores sociais, facilitando a interação entre pessoas com deficiência e outras pessoas. A presença de um animal pode tornar as interações sociais mais confortáveis e naturais.
  1. Redução da solidão: a companhia constante de um animal pode ajudar a combater sentimentos de solidão e isolamento social.

 

Benefícios Cognitivos

  1. Estimulação mental: atividades que envolvem animais podem estimular a mente, ajudando a melhorar a concentração e a memória. O treinamento e o cuidado com os animais podem proporcionar desafios cognitivos que são benéficos para o desenvolvimento mental.
  1. Desenvolvimento de habilidades de comunicação: interagir com animais pode ajudar a melhorar as habilidades de comunicação, especialmente em pessoas com dificuldades de fala ou comunicação.

A pet terapia oferece uma abordagem holística e inclusiva para o tratamento e apoio de pessoas com deficiência. Ao integrar animais no processo terapêutico, é possível alcançar melhorias significativas em várias áreas da vida do indivíduo, promovendo uma maior independência, bem-estar e qualidade de vida.

Para saber mais sobre outras formas de terapia para pessoas com deficiência, confira meus textos na coluna da IstoÉ Bem-estar, como este aqui

 

 

*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.