Inverno é tempo de pensar em clarear as manchas, reparar os estragos da pele que fizemos no verão, melhorar cicatrizes de acne, remover manchas de espinhas, tratá-las e por aí vai… e quem é que aí não logo pensa numa boa descamação?

Quem conhece um pouco de estética já pensou logo de cara em um peeling, não é verdade?

“Peeling” é um termo dermatológico para o método terapêutico de esfoliação da pele, através do uso de um agente físico, químico ou enzimático. Vem do termo “to peel” que significa descamar, esfoliar, desprender. E é utilizado para promover renovação celular e pode atingir desde a camada mais superficial da pele, a camada conhecida como camada córnea, até a camada mais profunda, a derme.

É indicado, na verdade, no tratamento de mancha de pele tanto de sol, quanto melasma, sardas, envelhecimentos, rugas finas, manchas de acne, acne ativa, clareamento cutâneo, estrias, e pode ser também um grande aliado no tratamento do rejuvenescimento profundo. Mas, neste caso, tratamos com peelings mais profundos, como o peeling de fenol, por exemplo.

O peeling para se obter sucesso deve se resguardar de alguns cuidados antes de sua realização, como preparo da pele usando cremes com baixas concentrações de ácidos cerca de 15 dias antes, para que a pele inicie seu preparo de descamação e assim, não responda à agressão do peeling com formação de ainda mais manchas. Esse preparo consiste na aplicação de cremes contendo ácido retinóico, hidroquinona, ácido glicólico, mandélico e ácido fítico e é muito importante lembrar de hidratar ao mesmo tempo que fazemos a pele descamar para que não haja irritação. Assim, passamos por esse processo de renovação sem grandes desconfortos.

Os peelings podem ser:

  • Físico: remove as camadas da camada córnea por abrasão. Sabe quando aplicamos algo sobre a pele e sentimos pequenos grânulos, como se fossem areia? É tipo isso!
  • Químico: este pode atingir diferentes profundidades na pele e estimula a renovação celular. É esse tipo que pode tratar tanto uma simples mancha pós acne quanto um rejuvenescimento profundo.
  • Enzimático: promove esfoliação da camada córnea por ação de enzimas proteolíticas.

Os peelings geralmente indicados na maioria dos consultórios para tratamento da maior parte das dermatoses são considerados desde muito superficiais a médios e são realizados sem grandes preparos, exceto os citados acima, como o preparo de pele com os cremes com os ativos mencionados.  Já para os peelings de Fenol, tão falado atualmente, os cuidados são outros.

O peeling de fenol é outra história. Muito falado e muito divulgado devido à sua midiática e impressionante modificação facial de rejuvenescimento, atinge até a mais profunda camada da derme e requer algumas observações. Exemplo disso é sua tendência a alterações permanentes na coloração da pele, tendência à formação de cicatrizes hipertróficas (entenda-se queloides), e dor que permanece durante cerca de 12 horas após o término do procedimento .

Sua fórmula original e mais utilizada é chamada de Baker-gordon e vem sendo substituída na atualidade por concentrações mais baixas para adaptações ao desconforto de dor do paciente e menores riscos de efeitos colaterais aos pacientes como os citados acima. 

Sua fórmula original é indicada para o tratamento facial severo com rugas profundas e alterações avançadas de textura cutânea e mantém-se como indicação devido ao seu efeito na remodelação das fibras colágenas, além de ser uma ótima opção terapêutica em doenças malignas e pré malignas.

Diante de tantas opções de tratamento, atualmente os peelings com mais de 100 anos de história continuam sendo uma ótima opção em nosso grande arsenal terapêutico dermatológico.

 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.