A nossa conversa de hoje é sobre Transtornos Alimentares, mais especificamente um quadro de distorção da imagem corporal, a Megarexia. Inúmeros são os transtornos já conhecidos: anorexia nervosa, bulimia, vigorexia, entre outros, porém, quero te apresentar outro, menos comentado e com diversos malefícios à saúde, mas antes, gostaria de te convidar a fazer uma reflexão a partir dos questionamentos  a seguir:

Você come alimentos ricos em gorduras e açúcares frequentemente, tendo, consequentemente uma dieta de alto consumo calórico? Além disso, seu peso corporal tende a aumentar e você sofre de alguma doença como resistência à insulina ou diabetes, hipertensão e colesterol elevado, por exemplo? 

Além disso, acredita que não necessita ajuda profissional para a melhora de sua saúde e que a prática regular de exercícios físicos é algo desnecessário? 

Quando faz o cálculo de seu índice de massa corporal, a luz vermelha sempre acende, mostrando excesso de peso corporal, mas, mesmo assim, você se olha no espelho e acredita que está bem e com o peso adequado?

Se você respondeu sim para a maior parte das questões, sugiro que faça uma autoanálise, leia a matéria inteira e caso se identifique, busque apoio profissional para um correto diagnóstico e, se necessário, acompanhamento porque estes são alguns sintomas de uma distorção de imagem corporal chamada de megarexia ou fatorexia

Além de todas as informações que te contei acima, saiba que este transtorno é mais frequente em homens a partir de 45 anos e junto aos sintomas já mencionados, é comum também que a pessoa com a megarexia não aprecie tirar fotos de corpo inteiro ou sempre oculte a sua imagem, demonstrando uma baixa autoestima e insegurança. 

No geral, pessoas que sofrem com os transtornos alimentares desconhecem o seu corpo verdadeiro e utilizam roupas largas para “mascarar” o excesso de peso ou obesidade

O maior problema que este comportamento pode ocasionar é o aumento no risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, câncer, hipertensão, dentre outros problemas bastante limitantes à saúde humana. Inclusive no contexto social, principalmente pela persistência no cultivo de hábitos alimentares e de estilo de vida pouco saudáveis, enaltecendo o consumo de alimentos processados, com elevado teor de gorduras, açúcar, sódio e calorias, em detrimento aos alimentos frescos e ricos em compostos funcionais com atividade protetivas à saúde. Além dos problemas físicos, acredita-se também que esta condição tenha importantes componentes mentais e comportamentais, que caminham junto aos quadros de ansiedade e depressão

A megarexia começou a ser discutida na década de 90, portanto, é algo bastante recente e poucas são as publicações científicas acerca do tema. Porém, sabemos que é uma realidade que precisa ser cuidada. O correto diagnóstico e tratamento são elementos fundamentais para prevenir o agravamento desta condição e a melhor forma para começar o tratamento é aceitando o problema. É importante ter em mente que o desenvolvimento deste transtorno ocorre a partir de um contexto multifatorial (genética, ambiente e social). 

O tratamento envolve a ação de uma equipe multidisciplinar cujo objetivo principal deve ser reduzir o peso corporal e incorporar exercícios físicos que sejam prazerosos e, portanto, possam ser mantidos, tudo isto buscando a redução da gordura corporal e melhora metabólica. Outro cuidado essencial é com a saúde mental, buscando práticas que favoreçam o controle da ansiedade e estresse, garantindo também uma boa noite de sono. 

Todas estas medidas não ajudarão somente nos casos de megarexia, como também garantindo proteção e prevenção para inúmeros problemas que podem surgir a partir da falta de rotina, disciplina e autocuidado. Fique atento aos seus sinais e, caso seja necessário, corra atrás do prejuízo. 

 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

 

 

Referências Bibliográficas

Granese, V., Pietrabissa, G., & Mauro Manzoni, G. (2018). Do subjects with obesity understimate their body size? A Narrative review of estimation methods and explaining theories.