Imagine os seguintes sinais e sintomas: dor de cabeça, cansaço, memória ruim, pressão alta, arritmia, falta de energia, dificuldade para focar, ganho de peso, piora do metabolismo da glicose, diabetes II, osteopenia, constipação, asma, baixa imunidade. Esses são sintomas muito frequentes na população em geral, concorda?

E agora se eu descrever aqui que existe um nutriente específico capaz de influenciar diretamente em todos esses problemas. E ainda tem outro ponto. Mais de 50% da população apresenta um déficit presente e essas pessoas não têm a mínima ideia dessa questão, muito menos do diagnóstico.

O ponto aqui está associado ao famoso magnésio, um nutriente muito importante e que participa de mais de 300 reações metabólicas no seu corpo. Por isso, diante de uma falta desse nutriente, o seu organismo poderá apresentar diversos sintomas, como os que citamos inicialmente.

Frente a tudo isso, a explicação para as pessoas apresentarem tão frequentemente essa queda de magnésio no corpo está ligada aos hábitos de vida. Ou seja, existe uma alta demanda no corpo e um baixo consumo devido ao fato da alimentação das pessoas ser pobre em magnésio. 

Uma das vias metabólicas do corpo que mais consome magnésio é relacionada ao metabolismo da glicose. Lembrando que a glicose vem basicamente de açúcar refinado e farinhas brancas. Como a cada ano o consumo desses alimentos aumenta, a cada ano também aumenta a demanda do organismo por magnésio.

Além disso, os alimentos ricos em açúcar e farinhas apresentam uma quantidade muito baixa de magnésio ou até mesmo não apresentam. Sendo que normalmente as principais fontes desse importante nutriente estão associadas a comida natural como: semente de abóbora, chia, amêndoas e vegetais verdes. 

Diante desse cenário, nós temos uma população que gasta muito magnésio (no metabolismo da glicose que está em excesso normalmente) e consome praticamente nada de alimentos ricos nesse nutriente.

Se olharmos mais profundamente, entendemos o tamanho do impacto desse nutriente. O corpo apresenta em torno de 25 gramas de magnésio no total, sendo que 90% desse magnésio está depositado em ossos e músculos. Além disso, dos 10% restantes que está no sangue, 90% está ligado a proteínas e apenas 10% está livre. A ação do magnésio livre no corpo tem foco na estabilização das células para que elas consigam produzir uma boa quantidade de energia.

No funcionamento do organismo, quando existe uma possível queda do magnésio no sangue, o que impactaria a produção de energia em todo o organismo, o processo metabólico retira das reservas para manter essa parte vital. No entanto, ao tirar das reservas (basicamente osso e músculo), essa pessoa no longo prazo começa a comprometer os ossos e músculos. Desse modo, conforme o tempo passa e não atuamos diretamente na causa, problemas como uma saúde muscular e óssea mais frágil irão aparecer, como a sarcopenia e osteopenia.

Esses são apenas alguns exemplos do quanto um corpo que apresenta déficit de magnésio pode estar comprometido do ponto de vista de saúde. O lado bom disso tudo é que ao entender esses conceitos simples, você poderá se beneficiar a partir de agora. Afinal, estamos mais uma vez diante de hábitos de vida que influenciam diretamente sobre todos esses sinais e sintomas provocados pelo déficit de magnésio no corpo.

Uma forma simples e efetiva que você pode levar para sua vida em relação a tudo que conversamos aqui é o seguinte: basta reduzir aquilo que consome o magnésio em excesso no organismo e aumentar a oferta para o corpo. Isto é, se você pelo menos reduzir o consumo de alimentos que oferecem grande quantidade de glicose para o corpo, como o açúcar e as farinhas refinadas, e aumentar o consumo de alimentos ricos em magnésio, por exemplo: semente de abóbora, vegetais verdes folhosos, chia e abacate, pode ter certeza que essa conduta ao longo do tempo já será suficiente para ajudar você em todos esses sintomas.

Lembre-se sempre, todos os sinais e sintomas no seu corpo são multifatoriais, então o déficit de magnésio é um fator que tem grande influência sim. Porém, de todos esses sintomas citados, existem outros fatores diversos que também atuam na causa.

O grande segredo está em: faça um pouco de tudo por muito tempo e não muito de apenas um item por pouco tempo. O grande fator que leva ao resultado é o tempo. Ou seja, sempre será sobre fazer por muito tempo.

Comece agora, tenha paciência e jamais esqueça: a sua saúde é a sua primeira riqueza.

Até breve!

 

 Informações importantes:

1 – O artigo tem puramente um caráter educativo para a população em geral. Ou seja, não se trata de uma recomendação médica e ainda reforçamos que em caso de qualquer queixa ou possível conduta a pessoa deve procurar um médico / profissional da área da saúde. 

2 – Por ser um artigo focado em educação, em nenhum momento o objetivo é substituir uma consulta médica. Por isso, mais uma vez em caso de necessidade, a pessoa deverá procurar um atendimento médico. 

3 – Os textos são produzidos com informações encontradas em livros e artigos científicos mais atuais sobre o tema. No entanto, devido à dinâmica da mudança dos conhecimentos científicos, alguns conceitos podem alterar ao longo do tempo. 

4 – De acordo com Art. 8º da Resolução CFM 1974/11 de Publicidade do Código de Ética Médica, os artigos têm somente caráter de prestar informações de fins estritamente educativos.

 

*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

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