Nas últimas colunas aqui na IstoÉ Bem-estar, explorei o sono, abordando por que dormimos e os processos fisiológicos que garantem um sono eficaz, essencial para uma boa qualidade de vida. Sabemos que muitas pessoas têm problemas para dormir, então, o próximo passo natural é falar sobre a insônia.

 

Mas o que é a insônia?

A insônia é um transtorno do sono que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, caracterizado por dificuldades em adormecer ou manter o sono ao longo da noite. Isso pode levar a consequências significativas na qualidade de vida.

 

O que caracteriza a insônia?

A insônia pode se manifestar de várias formas, incluindo:

Longa latência de sono. Tempo excessivo para adormecer (mais de 30 minutos).

Dificuldade em manter o sono. Acordar várias vezes durante a noite e ter dificuldade em voltar a dormir.

Despertar precocemente. Acordar muito antes do necessário e não conseguir voltar a dormir.

Sono não restaurador. Percepção de sono de má qualidade, gerando sensação de indisposição ao acordar.

 

Como a insônia acontece?

A insônia pode começar de forma aguda, geralmente devido a um problema temporário, e se tornar crônica. Para entender essa transição, utilizamos o modelo dos 3Ps: Predisponentes, Precipitantes e Perpetuantes.

Fatores predisponentes. Predisposições naturais para a insônia, como ansiedade elevada, perfeccionismo, preocupações intensas, história familiar de insônia, ser do gênero feminino e ter idade acima de 65 anos.

Fatores precipitantes. Eventos estressantes da vida, como divórcio, falecimento de um ente querido ou dificuldades no trabalho, que podem desencadear a insônia.

Fatores perpetuantes. Hábitos que mantêm a insônia, como longos períodos na cama, cochilos diurnos e preocupações exacerbadas sobre o sono.

 

Diagnóstico da insônia

O diagnóstico da insônia é clínico, baseado na sintomatologia descrita. Exames complementares podem ser recomendados para identificar fatores relacionados, como distúrbios tireoidianos. Além disso, os médicos devem considerar:

Rotina e sintomas diurnos. Horários de sono, preocupações com o sono, sintomas diurnos e impactos nas atividades.

Fatores ambientais. Condições do quarto, nível de iluminação e temperatura.

Higiene do sono. Consumo de álcool, uso de cafeína ou nicotina e hábitos de exercício.

Tratamentos e resultados anteriores. Medicamentos prescritos e medidas comportamentais adotadas.

Além disso, para diagnosticar a insônia, um profissional de saúde deve considerar o histórico de sono e de saúde mental do paciente, histórico familiar de transtornos do sono, possíveis doenças, uso de substâncias ou medicamentos e eventos estressantes associados. É comum que a insônia surja em contextos de transtornos de ansiedade e de humor. Tratar ambas as condições simultaneamente é a abordagem mais eficaz.

 

Diagnóstico diferencial com outros transtornos do sono

A insônia é comum, mas não é o único problema de saúde que pode comprometer o sono. Outros transtornos incluem apneia do sono, síndrome das pernas inquietas e distúrbio comportamental do sono REM. Para suspeitas desses transtornos, os médicos podem solicitar uma polissonografia, que monitora vários parâmetros fisiológicos durante o sono.

 

Tratamento da insônia

A insônia é um problema complexo que afeta tanto a vida noturna quanto a diurna dos indivíduos. Compreender suas características é essencial para buscar um tratamento adequado. Se você sofre de insônia, procure ajuda profissional para uma avaliação completa e descubra as melhores estratégias de tratamento para você. Nas próximas colunas, abordarei os tratamentos para a insônia. Não perca!

 

*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.