Incontinência urinária é o termo correto para a perda de urina que acontece de forma involuntária, podendo ser desencadeada por algum esforço ou não. Na verdade, é mais comum em mulheres mais velhas, mas existem algumas situações em que pode ocorrer em mulheres jovens e pode ser extremamente incômodo, causando problemas que podem impedir a mulher de realizar determinadas atividades do seu dia a dia, com possíveis consequências psicológicas e impacto na sua vida profissional, relacionamentos, entre outros.
Quais são os tipos de incontinência urinária e por que ocorrem?
Incontinência urinária de esforço
Essa é aquela perda de urina que ocorre quando a mulher faz algum esforço. No início do quadro, o esforço necessário costuma ser grande, mas com o passar do tempo e evolução do processo, pode ocorrer também em situações muito mais corriqueiras.
Esforço aqui é algo que aumenta a pressão no interior do abdômen, o que acaba empurrando a bexiga. Consideramos grandes esforços nesse caso espirrar, tossir ou dar risada, por exemplo. A urina só chega a escapar quando a uretra, que é o canal que conduz a urina para fora da bexiga, não consegue contrair de forma a segurar a pressão que o abdome transmite à bexiga.
A uretra é formada principalmente por tecido muscular e tecido conjuntivo, cujo principal componente é o colágeno. O que acontece é que, com o tempo, tanto o colágeno quanto a força muscular vão diminuindo, principalmente depois da menopausa. Tudo isso tem uma importante influência da genética, mas também da capacidade que a mulher tem de contrair a musculatura dessa região ao redor da uretra, que chamamos de assoalho pélvico.
A incontinência urinária de esforço pode ocorrer em mulheres atletas, tanto pelos esforços repetitivos com impacto no assoalho pélvico, quanto por questões hormonais ligadas ao treinamento intenso com descanso e nutrição inadequados.
Incontinência urinária por bexiga hiperativa (a famosa bexiga “nervosa”)
Nesses casos o fator idade já não é tão importante quanto na perda de urina de esforço. O que acontece aqui é que a musculatura da bexiga, aquela que contraímos na hora que queremos urinar, pode começar a se contrair involuntariamente. Isso leva à uma sensação de vontade de urinar que chamamos de urgência miccional.
Em alguns casos essas contrações são tão fortes e frequentes que levam a perda de urina, relatada como uma vontade urgente de urinar, mas tão forte que não permite que a mulher chegue a tempo ao banheiro.
Essas contrações podem ser causadas por algumas substâncias que ingerimos como café, chocolate ou pimenta. Também são comuns em casos de infecção urinária ou outras situações que levam à irritação da bexiga. Também podem ocorrer de forma espontânea e mais raramente por questões neurológicas.
Incontinência urinária mista
Aqueles casos em que a mulher apresenta um pouco das duas situações anteriores. Pode haver predominância de uma delas, e sua identificação é importante para definir a forma de tratamento mais adequada.
Como já dito, os principais fatores de risco para ter incontinência urinária são idade, menopausa e predisposição genética, além de sobrepeso e obesidade, sedentarismo, diabetes e ter tido partos vaginais.
Formas de tratamento
Quanto ao tratamento, um dos pilares é a fisioterapia pélvica, que vai melhorar o tônus de contração de toda a musculatura do assoalho pélvico, algo que pode ser aprendido e feito até mesmo de forma profilática, além de ser essencial como complemento dos demais tratamentos.
O laser realizado na parede vaginal, que fica logo abaixo da bexiga e da uretra, gera um aumento na proliferação de colágeno no local, e pode ser indicado para os casos mais leves ou iniciais, com ótimos resultados e pouquíssimo desconforto. Alguns casos podem precisar de tratamento cirúrgico.
Alterações urinárias com urgência, aumento da frequência e perda de urina podem ser muito desconfortáveis. Se você apresenta algum destes sintomas, converse com seu ginecologista, tire suas dúvidas e busque opções para prevenção e tratamento.
*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
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