A discussão a respeito da reposição hormonal de testosterona para homens existe há muito tempo, mas nos últimos ano ganhou proporções cada vez maiores. A facilidade de acesso à informação, que muitas vezes não está correta ou ainda é mal interpretada, aliada à busca constante por padrões estéticos, de comportamento e até sexuais, ajudaram a disseminar a ideia de que seu uso seja algo banal, isento de riscos e complicações. Sem falar nas formas ilegais de se ter acesso a esse tipo de hormônio, que também aumentaram em função das redes sociais.
A testosterona foi sintetizada em laboratório pela primeira vez em 1935, mas bem antes disso, cientistas já tentavam fazer sua reposição mesmo antes de identificá-la e isolá-la, através de transplantes de testículo entre animais ou até em humanos. Desde então, as formas de administração e doses mudaram bastante, mas os motivos que geram tanto interesse no assunto continuam os mesmos, e vão muito além de suas indicações terapêuticas.
Mas em que situações a terapia de reposição de testosterona, ou TRT como é chamada, estaria indicada formalmente?
Quando ocorre uma situação chamada de hipogonadismo, que é a diminuição ou falha da produção de testosterona pelos testículos. Ela pode ocorrer naturalmente pelo envelhecimento e leva o nome de hipogonadismo de início tardio ou deficiência androgênica do envelhecimento masculino (DAEM), conhecida popularmente por andropausa.
Outras causas de diminuição da produção de testosterona podem ser genéticas ou induzidas por doenças, trauma, cirurgia ou consumo de determinadas substâncias, como algumas drogas ou hormônios anabolizantes. Inclusive, o uso da própria testosterona por indivíduos sem indicação, em busca do seu efeito anabolizante, acaba induzindo o hipogonadismo, pois interrompe a sua produção natural e por vezes, tem difícil recuperação.
Como fazemos para descobrir se um indivíduo tem um quadro que justificaria uma reposição de testosterona?
Segundo orientações das mais importantes sociedades médicas nacionais e internacionais, a realização de exames de sangue para se fazer a dosagem da testosterona só está indicada para homens que tenham sintomas que sugerem sua deficiência, e não deve ser realizada de forma rotineira.
Os sintomas mais comuns incluem:
- diminuição do desejo sexual;
- disfunção erétil;
- diminuição de ereções espontâneas;
- humor deprimido;
- diminuição de força, concentração e motivação;
- diminuição de pelos corporais;
- perda de massa muscular;
- enfraquecimento dos ossos.
A reposição hormonal nestes casos pode ser feita de diversas maneiras, sendo as formas injetáveis ou através de gel absorvidos pela pele as mais comuns, e devem ser indicados e acompanhados por um médico devidamente habilitado para isso, pois não são isentas de possíveis efeitos colaterais e adversos.
Quando bem indicada, a terapia de reposição de testosterona (TRT) é capaz de melhorar muito a qualidade de vida de quem sofre com os sintomas da queda da testosterona, com impacto no humor, confiança, função e desempenho sexual, sono e até no risco de doenças metabólicas e cardiovasculares, mas de forma alguma deve ser feita sem o devido acompanhamento.
*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
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