A ginecomastia, que até então era muito pouco conhecida pelo público geral, passou a ser mais falada após um ex-BBB divulgar em suas redes sociais que sofre desse problema.
É uma condição que afeta apenas os homens, quando ocorre um aumento anormal das glândulas mamárias, que pode ou não ser acompanhada de aumento do tecido adiposo no local. Já a lipomastia é uma situação diferente, mas muitas vezes confundida com a ginecomastia. Nela, o que acontece é apenas o acúmulo de gordura na região das mamas e não o aumento da glândula mamária.
A ginecomastia é consequência de um desequilíbrio hormonal no homem, quando há um aumento de hormônios femininos (estrogênios), uma queda da testosterona ou ambos.
Existem algumas condições que favorecem esse desequilíbrio, por isso é mais frequente em garotos na puberdade, homens idosos e em obesos. Como disse antes, não é tão conhecida do público geral, mas é uma preocupação comum a usuários de esteróides anabolizantes, situação onde o desequilíbrio hormonal gerado pelo uso abusivo de hormônios favorece muito o surgimento da ginecomastia.
O aumento da glândula pode vir acompanhado de dor e sensibilidade local, alguns casos podem apresentar saída de líquido pelos ductos das mamas, mas as queixas mais comuns de seus portadores são relacionadas à estética, principalmente quando ocorre na adolescência, podendo levar a consequências psicológicas e sociais.
Mas como a ginecomastia ocorre? Por que não acontece com todo mundo? E o que a obesidade tem a ver com isso?
Em nosso tecido adiposo, produzimos uma enzima chamada aromatase, que é responsável por converter alguns hormônios em hormônios femininos (estrogênios), e isso faz parte do funcionamento normal e saudável do nosso corpo. Só que quanto mais tecido adiposo tivermos, mais aromatase será produzida, aumentando a conversão hormonal em estrogênios. Os estrogênios aumentados trarão diversas consequências, mas nos tecidos mamários podem causar aumento da glândula e acúmulo de gordura, geralmente acompanhados de dor e sensibilidade locais.
Na puberdade, ocorre um grande aumento na produção de testosterona, e quando ela chega em garotos acima do peso, pode gerar uma grande conversão dessa testosterona em estrogênios, aumentando muito a chance de aparecer a ginecomastia.
Em idosos, a diminuição gradativa da quantidade de testosterona produzida, leva a um desequilíbrio entre ela e os estrogênios, o que também pode favorecer o surgimento da ginecomastia.
Outras possíveis causas incluem: efeitos colaterais de alguns medicamentos, abuso de álcool, uso de drogas ilícitas, insuficiência renal e doenças hepáticas.
Quando identificada precocemente, pode ser controlada através de medicamentos, da correção do distúrbio hormonal ou suspendendo o uso do agente causador, por vezes evoluindo sem a necessidade de cirurgia.
O tratamento cirúrgico, normalmente realizado por um cirurgião plástico, consiste na retirada total da glândula e da gordura adjacente e, com bons resultados, costuma ser indicado para estética.
Já nos casos de lipomastia, quando de forma isolada, ou seja, sem o aumento da glândula mamária, o emagrecimento com perda de gordura já é suficiente para um resultado estético muitas vezes satisfatório.
Obviamente que uma rotina saudável, com atividades físicas regulares, cuidados com a alimentação, o sono e controle do stress são importantes para a manutenção do peso e do equilíbrio hormonal, diminuindo muito as chances de uma ginecomastia, em qualquer fase da vida.
*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
Veja Também
Condromalácia patelar: porque é mais comum em mulheres e como evitar
Superando barreiras: lesões esportivas em mulheres e seus métodos de prevenção
Dor pélvica: muito além de cólica menstrual – entendendo as diferentes causas
Corrimento vaginal: diferenças, principais causas e prevenção
A saúde começa pela boca: muito mais que um sorriso bonito