O ballet clássico é uma forma de dança que surgiu nas cortes italianas, como uma forma de entretenimento, durante a Renascença. Nos séculos 15 e 16 a técnica dessa arte foi formalizada e espalhada por toda a Europa, tendo em cada país um método específico e aplicado nas mais diversas companhias européias. 

Desde um hobby, até uma profissão, o ballet pode ser uma ótima atividade física para quem quer algo diferente da academia. Muito presente na vida das crianças, essa forma de dançar ajuda na concentração, disciplina e conhecimento corporal. Quando mais velhos, alguns seguem dançando para manter a saúde e outros para seguir carreira, mas e para as pessoas da melhor idade? Seria o ballet clássico uma opção para praticar como exercício físico?

 

Ballet para a melhor idade

Em alguns estudos, já foram comprovados os benefícios físicos gerados pela dança, desde uma melhora na capacidade funcional, como na função endotelial e sexual de cardiopatas, autoconhecimento corporal, integração social e bem-estar psicológico para diferentes idades. 

Apesar de existirem poucos estudos nessa área, os realizados comprovaram a importância das atividades de dança para idosos. Num estudo realizado com idosas, perceberam que após alguns meses realizando essa atividade física, ocorreu não só uma melhora na própria prática, como em atividades do dia a dia dessas pacientes.  Durante a dança, todos os sentidos são trabalhos, e mesmo apresentando alguma dificuldade, a integração entre todos os participantes ajuda psicologicamente e emocionalmente, já que todos têm alguma dificuldade, sentindo-se motivados um pelo o outro a continuarem enfrentando esses desafios.   

O ballet clássico foi considerado o com maior número de benefícios, diante da melhora na autoestima e no estilo de vida. Ele incentiva a interação dos idosos entre si, com o meio no qual estão inseridos e com o próprio corpo, devido à consciência corporal que o ballet clássico promove. 

A prática desse ballet é adaptada para as limitações desses idosos, quebrando os paradigmas sobre suas possibilidades físicas, incentivando-os a tentarem coisas novas, ritmos diversos, além de melhorar a memória e concentração, por conta dos exercícios de lateralidade e movimentos delicados de habilidade motora, a postura e o bem-estar emocional. 

A adaptação das coreografias, com ritmos agradáveis e exercícios próprios, permite ao idoso estimular seus sentidos, seu corpo e promover uma melhor qualidade de vida. A música também ajuda a ativar a memória, o que é essencial para a melhor idade. 

Os estudos revelaram também que ter ou não praticado ballet clássico na infância, não impactou tanto os resultados e todas as participantes foram capazes de realizar as apresentações. Além desses benefícios apresentados, poder praticar ballet já mais velhos, é uma forma de concretizar um sonho da infância, já que muitos desses idosos sonharam em dançar quando pequenos, mas por algum motivo ou obstáculo acabaram por desistir desse sonho. 

As participantes desse estudo revelaram que não se importam se estavam praticando perfeitamente os movimentos ou não, o importante era que estavam felizes, o que comprova outro benefício para a saúde emocional, a promoção da alegria. Essa dança mostrou-se o exercício aeróbico mais inclusivo e alegre, devido a possibilidade de tanto pessoas agitadas quanto as mais lentas, pudessem praticar juntas os mesmos movimentos, adaptados para cada uma.

Ter uma vida ativa é essencial para todos nós, especialmente para os idosos, esses que com a idade, começam a ter maiores dificuldades em executar tarefas básicas do dia a dia. Então, promover uma atividade que o ajude tanto mentalmente quanto fisicamente é primordial. 

Você está na melhor idade e não quer fazer academia? Então porque não tentar o ballet clássico? Tenho certeza que voce não irá se arrepender. 

 

*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e é supervisionado por um Profissional da Saúde.

 

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

Referências Bibliográficas

Ballet – Storytelling, Music, Dance | Britannica
LIMA, Fernanda Beatriz et al. Os efeitos do ballet clássico para a terceira idade The effects of the classical ballet for the third age. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 4, p. 17106-17116, 2021.