A prática regular de exercícios físicos está relacionada à melhora de vários aspectos da função sexual. De acordo com um estudo de 2018 intitulado em An investigation of the relationship between physical fitness, self-concept, and sexual functioning”, a obesidade e a inatividade levaram a um número crescente de indivíduos com disfunções sexuais, sendo 43% das mulheres e 31% dos homens. A pesquisa mostra que manter-se ativo já é o suficiente para melhorar drasticamente a função sexual.

Os benefícios do exercício físico regular na função sexual

Pode melhorar a imagem corporal

Estudos mostram que a imagem corporal e como a pessoa se sente consigo mesma está fortemente ligada à satisfação sexual, principalmente entre as mulheres. Mulheres com uma imagem corporal positiva têm uma função sexual superior, incluindo desejo sexual, quando comparada a mulheres com uma imagem corporal negativa. Dessa forma, os cientistas descobriram que a satisfação com o corpo é um preditor da função sexual e a atratividade percebida pode ser essencial quando é provável que ocorram mudanças corporais na meia-idade.

Um estudo com 60 mulheres adultas jovens indicou que apenas uma sessão de exercícios de 30 minutos pode melhorar como a pessoa se sente. Já entre os homens, há menos pesquisas sobre imagem corporal; ainda assim, um estudo mostrou que sentimentos negativos em relação à aparência física estão associadas a experiências sexuais adversas.

Os sentimentos de atratividade percebida estão ligados à satisfação sexual, portanto, uma forma de melhorar sua vida sexual pode ser trabalhar sua imagem corporal. O exercício pode ajudá-lo a se sentir mais desejável, independentemente das mudanças na aparência. Esteja ciente de como o exercício faz você se sentir em relação ao seu corpo, pois deve parecer fortalecedor e gratificante, não punitivo.

 

Pode reduzir a disfunção sexual

Um estudo envolvendo 3.906 homens e 2.264 mulheres investigou como o exercício pode afetar as taxas de disfunção sexual autorreferida, como insatisfação com o orgasmo e dificuldade de excitação em mulheres e disfunção erétil em homens. A pesquisa concluiu que o exercício cardiovascular semanal pode proporcionar benefícios preventivos.

Os resultados mostraram que níveis mais elevados de exercício cardiovascular em adultos fisicamente ativos estavam associados a uma menor disfunção sexual autorrelatada. Os pesquisadores sugerem que homens e mulheres em risco de disfunção sexual podem se beneficiar com exercícios mais rigorosos, independentemente do seu nível de atividade atual.

 

Pode reduzir a disfunção erétil

Problemas circulatórios geralmente causam disfunção erétil (DE). Artérias bloqueadas, pressão alta e outros problemas cardiovasculares podem interferir com que o fluxo sanguíneo auxilia na ereção. Somado a esses fatores, a American Urological Association cita a falta de exercícios como uma causa potencial de DE.

Uma revisão mostrou que 40 minutos de exercícios aeróbicos moderados a vigorosos supervisionados quatro vezes por semana diminuem a DE.  Como recomendação de longo prazo, esses mesmos pesquisadores reforçaram que realizar 160 minutos de exercício por semana durante seis meses contribui para diminuir os problemas eréteis em homens com disfunção erétil causados por inatividade física, obesidade, hipertensão, síndrome metabólica e/ou doenças cardiovasculares.

 

Pode melhorar a libido em mulheres 

Existem algumas evidências de que o exercício pode ajudar a estimular a libido de mulheres tanto em curto como em longo prazo. Uma revisão encontrou melhorias na libido após uma única sessão de exercício. Os pesquisadores sugeriram que as mudanças pareciam ser impulsionadas pelo aumento da atividade do sistema nervoso simpático e por fatores hormonais, acrescentando que um programa regular de exercícios provavelmente aumenta indiretamente a satisfação sexual, beneficiando a saúde cardiovascular e o humor.

O exercício de atenção plena também pode ajudar a melhorar a excitação sexual nas mulheres. Uma pesquisa mostrou que a prática de exercícios baseados na atenção plena, com foco nas sensações físicas e tarefas de imagens mentais melhoram a excitação sexual subjetiva.

 

Pode reduzir os sintomas da menopausa

A diminuição dos níveis de estrogênio durante a menopausa produz sintomas que podem prejudicar a qualidade de vida, afetando a saúde física, mental e sexual. Mais especificamente, a menopausa pode afetar a vida sexual, alterando os sistemas biológicos envolvidos nas respostas sexuais normais.

Uma revisão publicada em 2020 mostrou que certos tipos de exercícios tinham maior probabilidade de serem úteis durante esta fase de transição. Exercitar os músculos do assoalho pélvico e exercícios mente-corpo podem ser benéficos no controle dos sintomas da menopausa.

Algumas outras pesquisas sugerem que a atividade física, em geral, pode ajudar a aliviar problemas específicos, como secura vaginal, afrontamentos e suores noturnos. O exercício promove aumento do fluxo sanguíneo em todo o corpo, inclusive nos órgãos genitais. Na menopausa, isso pode desempenhar um papel importante em uma melhor experiência sexual.

 

Pode melhorar o envelhecimento sexual

Estudos mostram que o exercício pode ajudar a preservar a saúde sexual durante o processo de envelhecimento.  Pesquisadores do National Institutes of Aging (NIA) identificaram como o exercício pode ajudar a manter a saúde sexual. Eles listam problemas nas articulações como uma causa potencial do aumento de problemas sexuais, sugerindo que o exercício pode ajudar a diminuir o desconforto causado pela artrite, por exemplo. A NIA também lista doenças cardíacas, diabetes, acidente vascular cerebral e depressão como fatores causais que podem contribuir para problemas sexuais —e sabemos que o exercício reduz o risco dessas condições crônicas.

 

Exercícios que melhoram o desempenho sexual

Dentre os exercícios capazes de melhorar o desempenho sexual, estão: 

Exercícios cardiovasculares. De acordo com a American Heart Association, atividades regulares moderadas a vigorosas ao longo da semana melhoram a saúde cardiovascular geral. É claro que sempre combinado com uma alimentação saudável, pois auxiliará no controle do peso, que melhora seu desempenho e resistência ao realizar atividades físicas. Uma meta-análise de cinco estudos envolvendo quase 400 homens mostrou que o treinamento aeróbico foi eficaz na disfunção erétil. A Mayo Clinic recomenda que você comece devagar, como uma rotina regular de caminhada, aumentando o ritmo ou correndo. Mas você também pode usar um aparelho elíptico na academia, fazer uma caminhada ou nadar. Qualquer coisa que aumente e mantenha sua frequência cardíaca elevada por um longo período de tempo funciona. Escolha uma atividade que você goste para praticá-la regularmente.

 

Exercícios para o CORE. Quando falamos sobre o CORE, estamos falando sobre toda a musculatura abdominal superficial e profunda. O treinamento dos CORE pode ser realizado de várias maneiras, incluindo abdominais, flexões, pranchas e bracing. Inclua na sua rotina variações de prancha e bracing.

 

Exercícios de equilíbrio. Um CORE fortalecido o ajudará a manter o equilíbrio durante a atividade sexual. Existem outros exercícios com peso corporal que podem ajudar a garantir a estabilidade, como o mountain climber, que é capaz de ativar muitos dos grupos musculares que você recruta durante o sexo, incluindo o CORE, os ombros e os braços, além de exigir equilíbrio e coordenação; e o afundo ou mesmo o agachamento búlgaro, que são maneiras de melhorar o equilíbrio e a coordenação.

 

Exercícios para o assoalho pélvico. Os exercícios de Kegel podem ajudar a fortalecer os músculos do assoalho pélvico em homens e mulheres. Além de seu efeito na função urinária e do cólon, os exercícios de Kegel também podem trazer benefícios adicionais no domínio da atividade e função sexual. A Mayo Clinic sugere contrair esses músculos por 3 segundos antes de relaxá-los por 3 segundos e realizar pelo menos 3 séries de 10 repetições por dia. A elevação pélvica e suas variações também podem auxiliar no desempenho.

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

 

 

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