O coletor menstrual, aqueles copinhos de silicone, geralmente em formato de taça, que podem ser colocados na vagina para reter o sangue menstrual, já eram muito utilizados na Europa e nos Estados Unidos, mas se tornaram mais comuns no Brasil nos últimos anos.
Os coletores devem ser inseridos no canal vaginal e encaixados no colo do útero, para evitar que o sangue menstrual saia da vagina, funcionando como uma forma de “absorvente interno”.
Existem diferentes tamanhos e formatos de coletores menstruais e cada mulher se adapta de maneira diferente a eles, por diversos motivos: corpos e fluxos menstruais diferentes, conhecimento da própria anatomia para conseguir manipular o coletor corretamente, preferência pelos descartáveis, no caso dos absorventes, entre outros.
São muitas as opções de dispositivos para segurar o fluxo menstrual além dos coletores: absorventes internos, absorventes externos descartáveis ou permanentes, disco menstrual descartável ou permanente, calcinhas absorventes e até esponjas.
Para facilitar na escolha, vou citar alguns critérios para comparar os coletores menstruais com os absorventes internos, que são os que mais se assemelham a eles.
Custo
O coletor, por ser reutilizável, acaba levando grande vantagem nesse critério. O preço de um coletor equivale a algo em torno de 5 meses de absorventes internos, só que dependendo dos cuidados, da marca ou qualidade do material podem chegar a durar 5 anos ou até mais.
Sustentabilidade
Um coletor com 2 anos de uso pode economizar até 600 absorventes internos. Apesar do fato de que os coletores têm que ser lavados, o impacto ambiental certamente será menor.
Tempo de uso
Os absorventes internos podem ser usados por até 4 horas, o que impede que sejam utilizados para dormir. Já os coletores, a depender da quantidade de fluxo menstrual, podem ser mantidos por até 12 horas seguidas, o que possibilita seu uso durante a noite. Aqui também cabe um alerta, ultrapassar o tempo indicado para qualquer método, principalmente aqueles que ficam no canal vaginal, pode causar infecções uterinas por vezes com consequências mais severas.
Risco de infecções
Já que o assunto é infecção, vamos nos aprofundar. O absorvente interno é feito de algodão, e absorve tudo, não só o sangue, mas a secreção vaginal fisiológica, podendo deixar a região ressecada, aumentando o risco de infecções. Além disso, também deixa o ambiente úmido e abafado, ideal para a proliferação de bactérias. Já o coletor menstrual é de silicone, um material inerte, que não funciona como um meio de cultura para bactérias.
Autoconhecimento
Nesse critério temos vantagens e desvantagens. O absorvente interno é descartado imediatamente após o uso, e é difícil avaliar a quantidade de sangue menstrual que foi absorvido. Já o coletor permite ver a quantidade exata da menstruação a cada troca, o que ajuda no controle do fluxo. Por outro lado, o uso do coletor exige um maior autoconhecimento da própria anatomia por parte da mulher, já que existe uma forma correta de posicionamento no canal vaginal, enquanto o absorvente interno só precisa ser introduzido e a retirada acontece simplesmente puxando o fio que fica para fora da vagina.
Tempo de adaptação
O tempo de adaptação ao coletor costuma ser maior, justamente pela necessidade de manipulação e autoconhecimento, como já dito. Algumas vezes pode ser necessária uma orientação mais próxima de um ginecologista.
Mesmo com todas essas informações não podemos dizer que existe um método superior a outro, cada mulher é única e leva em consideração diversos fatores nessa escolha, como rotina, estilo de vida, autoconhecimento, custo, indicações, quantidade de fluxo etc., cabe a cada uma essa escolha.
*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
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