O câncer é uma doença complexa e desafiadora, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Com certeza você leitor conhece alguém próximo ou ouviu falar em alguém em tratamento oncológico. 

Além dos desafios pessoais impostos pela doença na jornada oncológica dos nossos pacientes, muitos deles sofrem com dores intensas, que podem ser causadas tanto pelo próprio câncer, quanto por sequelas de procedimentos decorrentes do próprio tratamento oncológico como cirurgias, quimioterapias, radioterapias entre outros. 

Felizmente, os avanços na medicina têm permitido o desenvolvimento de técnicas menos invasivas para o manejo da dor, entre elas, procedimentos feitos com a nova especialidade chamada radiologia intervencionista.

 

Romanos 8:18 “Pois considero que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.

 

Esta passagem reflete a essência da missão da radiologia intervencionista: aliviar o sofrimento imediato e oferecer esperança para o futuro. Utilizando técnicas sofisticadas de imagem, como raio-X, ultrassom, tomografia computadorizada (CT) ou mesmo ressonância magnética (MRI), realizamos procedimentos terapêuticos minimamente invasivos. Esses procedimentos são totalmente percutâneos, ou seja através da pele sem necessidade de cortes, usando incrivelmente apenas agulhas ou pequenos tubos chamados cateteres.

 

Como a radiologia intervencionista ajuda no manejo da dor oncológica? 

Em pacientes com câncer, a radiologia intervencionista pode ser utilizada para realizar bloqueios de nervos, onde medicamentos são injetados diretamente nos nervos das áreas afetadas pelo tumor, bloqueando o estímulo nervoso da dor que chegaria ao cérebro e, consequentemente, reduzindo a dor.

Funciona como se, de alguma forma, enganássemos o cérebro, não deixando-o receber a informação que existe algo (câncer) causando dor no local. Isso tudo utilizando apenas agulhas e medicações.

 Há também procedimentos de ablação, onde o calor ou frio é usado para destruir tecidos do tumor ou os nervos que causam dor. A embolização é outro procedimento que pode ajudar a reduzir a dor e o sangramento, bloqueando o suprimento de sangue para o tumor, reduzindo o tamanho do mesmo e melhorando a dor que pode ser causada pelo efeito compressivo de grandes tumores em órgãos próximos .

Essas técnicas proporcionam alívio significativo da dor para muitos pacientes, permitindo-lhes viver com mais conforto e menos dependência química de medicamentos fortes para dor, que muitas vezes têm efeitos colaterais indesejáveis, muitas vezes são injetados diariamente, causando a dor da injeção.

A maior vantagem da radiologia intervencionista é a capacidade de aliviar a dor e tratar o câncer com mínima invasão. Isso resulta em menor tempo que o paciente fica no hospital por exemplo, recuperação mais rápida e menos complicações pós-operatórias. Para pacientes debilitados ou que não são candidatos à cirurgia convencional, esses procedimentos podem ser especialmente ótimos para conforto no momento da vida nesta jornada oncológica que se mais precisa de conforto.

Embora a radiologia intervencionista ofereça muitos benefícios, não é adequada para todos os pacientes. Essa eficácia do tratamento pode depender do tipo e estágio do câncer, bem como de outras condições médicas do paciente. Uma discussão detalhada com o seu radiologista intervencionista em consulta é essencial para esclarecer dúvidas e determinar se estas técnicas são as mais adequadas para o seu caso.

É uma evolução que representa uma fronteira promissora no tratamento do câncer e no manejo da dor oncológica. À medida que a tecnologia avança, esperamos ver ainda mais melhorias que possam oferecer alívio e esperança àqueles que enfrentam esta desafiadora batalha do câncer.

Colaboração: Pedro Henrique Viana Paixão

CRM 187.523

Médico Radiologista Intervencionista RQE 122109

Especialista em RI – ACCAMARGO CANCER CENTERED 

Médico Radiologista Intervencionista – ROI BRASIL

Fundador da ROI BRASIL

 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.