O termo “Pessoa com deficiência” é designado para indicar um grupo heterogêneo de pessoas que apresentam diferentes tipos de deficiência e estão inseridas em inúmeros contextos sociais e econômicos. Mas uma coisa é fato: pessoas com deficiência, independente de qual seja, fazem menos atividade física

No texto de hoje, convidamos a Ana Cláudia Rodrigues, fisioterapeuta e supervisora técnica do Acreditando, para trazer a visão do profissional da saúde, sua atuação e importância no processo de inclusão da pessoa com deficiência no cenário de atividade física.

 

Por que, então, pessoas com deficiência praticam menos atividade física?

Tenho certeza que você já tentou ir a uma academia e abandonou o “projeto verão” porque a preguiça bateu, porque não sabia direito usar todos aqueles aparelhos ou porque se sentia a única pessoa iniciante no meio de tanta gente fitness. Mas também porque a academia não era tão perto de casa ou porque seu treino não parecia muito interessante ou individualizado. 

Imagine, então, que você venceu sua preguiça de treinar, sua trava social de ter que interagir com desconhecidos para revezar um equipamento, mas ainda tem que lidar com profissionais que não estão preparados para te receber?! 

Isso é o que acontece se você é uma pessoa com deficiência. Mas, como profissional de saúde, eu questiono se não deveríamos estar todos preparados para atender todas as pessoas, com ou sem deficiência. Seria necessário ser especializado para isso? Não ter um profissional especializado pode parecer uma grande barreira, certo?Agora adicione a essa lista de barreiras, lugares inacessíveis e transporte público ineficienteAssim não parece estranho que pessoas com deficiência façam menos exercício físico, não é? 

 

Barreiras e facilitadores 

Barreiras e facilitadores são termos da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), um sistema desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para descrever  as dimensões de funcionalidade associadas em múltiplas perspectivas nos níveis corporal, pessoal e social relacionados a saúde de cada indivíduo. 

 

Segundo a CIF: 

“Quais são as barreiras e facilitadores e como eles são codificados? O ambiente físico, social e de atitude no qual a pessoa vive influencia sua funcionalidade de forma substancial. Se essa influência for positiva, o desempenho resultante ficará acima da capacidade esperada, se essa influência for negativa, o desempenho do indivíduo ficará abaixo da sua capacidade. Quando um fator ambiental melhora o desempenho, ele é codificado como um facilitador, quando ele reduz o nível de desempenho, ele é codificado como uma barreira.”

Isso significa que ainda existem muitas barreiras para que pessoas com deficiência possam estar adequadamente integradas na sociedade e que possam estar inseridas em um programa de exercício físico adequado e individualizado. 

Por tanto é importante que os facilitadores aumentem, tornando-se mais presentes que as barreiras. 

Como ser um facilitador

Quer ser um agente facilitador? Aqui vão algumas sugestões:

  • Promovendo conscientização e educação sobre pessoas com deficiência e acessibilidade. 
  • Qualificação profissional.
  • Promovendo inclusão e acessibilidade.
  • Tendo comunicação clara e eficaz.
  • Sendo empático e compreensivo.

Outra forma é acompanhar minha coluna onde trago quinzenalmente mais temas sobre inclusão e acessibilidade para que possamos tornar o mundo um lugar para todos. 

 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.