O número de casos de câncer de colorretal subiu entre os mais jovens e passou a atingir, cada vez mais, pessoas com menos de 45 anos. Ainda sem motivo aparente, a comunidade médica busca respostas que possam justificar um aumento alarmante na incidência dessa doença, mas enquanto elas não se tornam evidentes, é importante falarmos abertamente desse tipo de câncer.

O primeiro ponto é que ele existe e tem tratamento. E assim como qualquer outra doença, quanto antes ela for descoberta, maiores são as chances de cura. Além disso, sempre reforço com os meus pacientes que o câncer não é um vilão, muito menos uma sentença de morte. Infelizmente muitas pessoas têm dificuldade em aceitar o diagnóstico, principalmente em casos em que o câncer está avançado. 

E volto a dizer que a detecção precoce é fundamental para um tratamento eficaz com altas taxas de cura. Por isso, recomendo exames de rastreamento, como a colonoscopia, especialmente em pessoas com histórico familiar da doença ou outros fatores de risco. 

 

Tratamento do câncer de colorretal

No tratamento, a abordagem varia conforme o estágio da doença, com opções que incluem cirurgia, quimioterapia e radioterapia, dependendo da localização e da extensão do tumor.

A cirurgia é frequentemente a peça fundamental do quebra cabeça do tratamento, seja ela realizada de forma convencional, por via laparoscópica ou até mesmo utilizando tecnologia robótica. Essas detecções não só oferecem altas chances de cura quando o diagnóstico é precoce, mas também permitem um melhor manejo pós-operatório. Exames clínicos regulares e avaliações de imagem são realizadas para determinar a resposta do tumor ao tratamento e confirmar a remissão completa da doença.

 

A prevenção no combate do câncer colorretal

A prevenção, por sua vez, foca em hábitos saudáveis, como dieta equilibrada, atividade física regular e controle do peso corporal, medidas que ajudam a reduzir o risco de desenvolver a doença. 

 

Os tipos de câncer mais comuns no Brasil

No contexto dos tipos de câncer mais comuns no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de colorretal ocupa uma posição significativa, sendo o terceiro mais comum. Ele acaba se desenvolvendo no cólon ou no reto, a partir de pólipos que, ao longo do tempo, podem se transformar em tumores cancerígenos. 

Os sintomas podem variar, desde mudanças nos hábitos intestinais até sangramento retal, perda de peso inexplicada e anemia. Os estágios do câncer de intestino variam do estágio I, quando o câncer invadiu toda a parede do intestino, mas não através dela, até o estágio IV, quando o câncer se espalhou para órgãos distantes, como o fígado ou os pulmões.

Este tipo de câncer, embora seja desafiador, tem possibilidades reais de cura quando diagnosticado cedo. Portanto, não se deve nunca negligenciar sinais suspeitos, mas sim buscar avaliação médica especializada, especialmente aqueles com histórico familiar ou fatores de risco. A prevenção sempre será o melhor remédio, somado a uma alimentação equilibrada e vida saudável com atividade física.

 

Colaboração: Dr. Lucas Nacif – Cirurgia Hepato-Biliopancreática e Transplante de Fígado, Hospital Clinic – Universidade de Barcelona, 2016. Doutorado, Faculdade de Medicina da USP, 2014. Pós Doutorado, Hospital Clinic de Barcelona, 2016. Master in Translational Medicine, Universidade de Barcelona, 2016. Mestrado, Faculdade de Medicina da USP, 2013. Pós Doutorado em Ciências em Gastroenterologia na FMUSP.

 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

Referências Bibliográficas

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