Está no ar mais um episódio do Podcast Bem-Estar com Paola Machado, mestre e doutora em Ciências da Saúde. Desta vez, o bate-papo foi com Alexandre Valverde, Psiquiatra Neurodivergente.

Em conversa reveladora, Alexandre comentou sobre o autodiagnóstico, contando sua própria experiência, que aos 42 anos foi diagnosticado com autismo tipo 1, e o quanto isso o fez entender várias questões no decorrer da sua vida.

Eu comecei a me dar conta desses padrões, então eu tinha uma ideia de que talvez eu fosse super dotado, que era uma observação da minha família, uma suspeita de que eu fosse TDAH e eu comecei a achar que eu era autista. Aí eu procurei um psiquiatra que falou ‘sim, essa questão sua com essa dificuldade de interação afetivo-sexual é do autismo’, ai eu fui fazer uma avaliação neuropsicológica que comprovou as minhas altas habilidades, que eu não tinha a menor ideia, achava que era uma questão da minha família falar isso para mim, como se fosse um adjetivo, qualitativo, e não um diagnóstico. E também o autismo nível 1”, enfatiza o especialista. 

Ainda sobre o autodiagnóstico, Alexandre revelou que é importante conhecer e ouvir narrativas de pessoas neurodivergentes, pois não há ninguém que conheça melhor nossos caminhos, preferências, personalidade e dificuldades do que nós mesmos. Conhecer as principais características dos tipos de autismo e como as pessoas com essa condição se sentem e pensam fazem a descobrir mais sobre os espectros. Ele explicou como essa condição está relacionada a um parâmetro de funcionamento do qual todos fazemos parte.

“Então você nasce com um cérebro com hiperfuncionamento de certas partes e hipofuncionamento de certas partes, o aspecto, a característica desse conjunto de comportamentos ligados ou a hiperfunção ou a hipofunção de determinadas partes do cérebro vão dar o tom da neurodiversidade daquela pessoa, que se caminhar para esses polos das altas habilidades, do autismo ou do TDAH, vão configurar as neurodivergências”, afirma Alexandre.

Alexandre é formado em medicina com residência em psiquiatria em 2005, pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tem mestrado em Filosofia Contemporânea em 2010, pela Universidade de Paris 1-Panthéon-Sorbonne, na França. Na sua pós-graduação publicou o livro “Ruptura, Solidão e Desordem”, em 2011. Atuou no Projeto Quixote e no Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Itapeva, na Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência (APRAESPI). Atualmente trabalha exclusivamente em seu consultório particular remotamente. 

 

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