Que tal imaginarmos uma situação? Você sai de uma consulta nutricional, com a orientação de que precisa introduzir em seu café da manhã o pão integral. Você está tão confiante e motivado que vai da consulta direto para o supermercado. Chegando lá, caminha em direção ao corredor de pães e é surpreendido por uma infinidade de marcas e tipos e o que parecia fácil virou um pesadelo. Como você pode fazer a melhor escolha? A melhor de todas é analisar o rótulo dos produtos; essa leitura te proporcionará compreensão do seu conteúdo, e certamente proporcionará autonomia para fazer outras escolhas que estejam mais adequadas às suas necessidades.

A leitura e interpretação do rótulo dos alimentos é uma das formas mais legítimas com que você pode aprender a desenvolver uma alimentação consciente, já que saberá avaliar os prós e os contras dos alimentos, optando pelo consumo daqueles que realmente valem a pena.

No Brasil, o órgão regulamentador da Rotulagem Nutricional é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, portanto, grande parte dos informes sobre este assunto podem ser encontrados em sua plataforma. Antes de caminharmos para questões práticas, é importante sabermos que a discussão sobre Rotulagem Nutricional começou na década de 60 quando se tornou obrigatória a divulgação dos ingredientes presentes em alimentos vendidos nas prateleiras de mercados e armazéns; desde então as informações são atualizadas conforme o surgimento de novos produtos e tecnologias, sendo portanto, um processo dinâmico.

Logo, quais são as informações que devem, obrigatoriamente, estar descritas no rótulo dos alimentos? 

  • Lista de ingredientes. Os ingredientes são as substâncias que entram na composição do alimento com a função de nutrir. Devem ser descritos em ordem decrescente; tomando como base o rótulo abaixo, os principais ingredientes deste alimento são o milho, o açúcar e o malte.
Exemplo rótulo

Uma dica preciosa é a atenção e cuidado no consumo de alimentos com os ingredientes como açúcar, sal, glutamato monossódico, gordura vegetal, gordura vegetal hidrogenada, gordura de palma, xarope de glicose, açúcar e corantes, pois são ingredientes que, em excesso, poderão prejudicar a sua saúde, favorecendo o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.A partir dos ingredientes adicionados poderemos conhecer as suas propriedades nutricionais como quantidade de calorias, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais. Perceba no rótulo, que há uma descrição por porção sugerida do alimento, com posterior aplicação da medida caseira correspondente (1 xícara, 2 colheres, 1 copo). Alguns rótulos trazem ainda a composição por 100 gramas do alimento.
Leitura de rótulos

    • Origem. É importante saber de onde vem o alimento que estamos comprando, não é? Nesse campo você encontrará informações como o fabricante do produto e o contato com ele, caso queira informações adicionais.
    • Prazo de validade. Não esqueça de atentar-se ao prazo de validade.
    • Conteúdo líquido. Essa informação é demonstrada em quilos ou litros e demonstra a quantidade do alimento/produto contido na embalagem.
    • Lote. Mostra o controle da produção por meio de um número de registro, e caso seja necessário rastreamento do produto, o número será de grande importância.
    • Demais dados. As informações relacionadas a presença de conservantes, lactose, glúten e diversos outros itens usados na composição de alimentos são fundamentais e devem ser registrados facilitando as escolhas de pessoas com alergias ou intolerância alimentares, e que tem uma necessidade real de controlar ou restringir o consumo destes ingredientes para a manutenção de sua saúde e bem-estar. Ainda no caso de celíacos, os produtos contendo ou não alimentos como o trigo, aveia, centeio, malte, cevada e seus derivados precisarão adicionar no rótulo “contém glúten” ou “não contém Glúten”, em caracteres com destaque, nítidos e de fácil leitura, conforme a Lei 10.064, de 16 de maio de 2003. Nesse aspecto, sempre que precisar fazer alguma restrição alimentar por conta de alergia, intolerância ou orientação profissional, tenha atenção se há ou não presença dos traços –são considerados como a menor quantidade identificável de um nutriente, porém por vezes podem gerar desfechos negativos para pessoas com maior sensibilidade.

Ao observar um rótulo, você encontrará obrigatoriamente: a quantidade do valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e o sódio, além de algumas vitaminas e minerais descritas conforme tipo de produto.

Lembre-se sempre de que INGREDIENTE e NUTRIENTES não são a mesma coisa, mas estão interligados, já que poderemos considerar como ingredientes os alimentos e nutrientes aqueles componentes que estes têm a oferecer.

Além da data de validade, a observação nas condições de armazenamento no local de compra é essencial, pois, por vezes, os produtos estão na adequada data de validade, mas armazenados em ambientes úmidos e/ou muito quentes favorecendo a sua perda nutricional e a aceleração de sua deterioração. 

Outra informação importante é que a partir de outubro do ano de 2023, os rótulos deverão, por obrigatoriedade, declarar a quantidade de açúcares totais e adicionados, além do número de porções por embalagem.  A tabela também deverá estar localizada próxima à lista de ingredientes, em superfície contínua claramente visível.   Tudo isto para que a informação seja apresentada de forma mais clara possível para o consumidor.

Seja criterioso em suas escolhas e invista sempre em sua saúde.

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

Referências Bibliográficas

ANVISA. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa