No contexto atual, a atividade física é amplamente reconhecida como um pilar fundamental para a promoção da saúde e prevenção de doenças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda para adultos, pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física moderada, ou 75 a 150 minutos de atividade intensa por semana, destacando seus múltiplos benefícios

Estudos científicos consistentemente correlacionam exercício regular com redução do risco de doenças crônicas como cardiopatias, diabetes tipo 2, etc. Além disso, há evidências de que a atividade física contribui para a saúde mental, auxiliando no controle de sintomas de depressão e ansiedade, melhorando o humor e a qualidade do sono.

Ao falar das pessoas com deficiência, a atividade física é um fator primordial na saúde e qualidade de vida. Entende-se que a atividade física é benéfica por uma multiplicidade de razões que transcendem os benefícios gerais à saúde.

Para esses indivíduos, o exercício físico adaptado é crucial para a manutenção da função motora, prevenção de atrofias musculares e de complicações secundárias associadas à falta de mobilidade. Além disso, a atividade física é fundamental para a promoção da independência e autonomia, aspectos essenciais para a qualidade de vida e a integração social. 

Do ponto de vista psicológico, o engajamento em atividades físicas pode fortalecer a autoestima, reduzir o risco de depressão e ansiedade, além de fomentar um senso de comunidade e pertencimento. Tudo isso contribui para que a pessoa com deficiência possa desfrutar de um estilo de vida mais ativo e saudável, enfrentando os desafios cotidianos com maior resiliência e bem-estar

Portanto, a atividade física é mais do que uma recomendação de saúde; é uma ferramenta de empoderamento e inclusão para pessoas com deficiência.

Diante desse cenário apresentado, sobre a importância da atividade física para a pessoa com deficiência, gostaria de saber se você, ao realizar a sua atividade física na academia, praças, parques, ou qualquer outro local, encontrou ou encontra com frequência alguma pessoa com deficiência?

Muito provavelmente sua resposta será não, e isso se deve a múltiplos fatores que complicam a inclusão efetiva de pessoas com deficiência no contexto da atividade física regular. 

Primeiramente, as barreiras arquitetônicas ainda são uma realidade persistente, com muitos espaços públicos e privados não oferecendo o acesso adequado ou equipamentos apropriados para o uso por pessoas com diferentes tipos de deficiência. Ademais, há uma carência significativa de programas adaptados que considerem as necessidades específicas e diversificadas desse grupo.

Outro aspecto relevante é a falta de profissionais capacitados em trabalhar com a atividade física para esse público. Isso pode levar a uma oferta limitada de orientação qualificada, fazendo com que pessoas com deficiência não se sintam seguras ou incentivadas para praticarem exercícios. Uma grande parcela da população ainda está buscando profissionais preparados para atendê-los.

Além disso, há uma dimensão psicossocial importante: o estigma e a falta de conscientização, podem fazer com que essas pessoas se sintam desencorajadas a participar de atividades em ambientes que são maioritariamente frequentados por pessoas sem deficiência, devido ao medo de exclusão ou julgamento.

Chegamos, assim, a um ponto de reflexão e ação. Como sociedade, devemos nos perguntar: estamos fazendo o suficiente para garantir que a atividade física seja acessível e inclusiva para todos? A resposta, como vimos, é que ainda há um longo caminho a percorrer. Mas não estamos impotentes diante deste desafio. Cada um de nós tem um papel vital na construção de um ambiente mais inclusivo.

Se você é um profissional da saúde, questione-se sobre como pode expandir seus conhecimentos e habilidades para atender melhor a esta significativa parcela da população. Especialize-se em programas de atividades físicas adaptadas, e se torne um agente de mudança que não apenas apoie, mas também promova a inclusão.

Caso você seja um frequentador de academias, parques ou espaços públicos, torne-se um aliado na inclusão. Encoraje a presença e participação de pessoas com deficiência em suas atividades cotidianas de exercício. 

E, por fim, se você é um cidadão consciente, busque formas de apoiar políticas públicas e iniciativas que promovam a inclusão e acessibilidade no esporte e na atividade física para pessoas com deficiência. 

Juntos, podemos mudar estatísticas e criar uma comunidade onde o encontro com pessoas com deficiência em espaços de atividade física seja a norma, não a exceção.

A atividade física é um direito de todos e um pilar para uma sociedade saudável e integrada. Façamos dela um ponto de encontro para a diversidade, onde cada indivíduo, independentemente de suas capacidades, possa desfrutar dos benefícios de um estilo de vida ativo.

 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.