Menopausa: tão temida por muitas mulheres e tão aguardada por outras que sofrem com ciclos menstruais intensos e cólicas. Um marco na vida da mulher, e que pode causar sérias consequências quando ocorre antes do período considerado normal.
Mas o que é a menopausa precoce?
Em média, a idade em que as mulheres entram na menopausa é por volta dos 50 anos, e, por definição, é considerada precoce quando acontece antes dos 40 anos de idade, apesar de já considerarmos cedo quando chega entre os 40 e os 45 anos. Pode acometer de 1 a 4% das mulheres.
Menopausa é a parada total dos ciclos menstruais, que ocorre quando os ovários param de funcionar. Essa “falência” ovariana, como chamamos, na grande maioria das vezes, é algo que acontece naturalmente com a idade, mas também pode ser como consequência de uma retirada cirúrgica dos ovários ou de alguns tipos de tratamento, como certas quimioterapias e radioterapias, dentre e outros.
Por definição, dizemos que uma mulher entrou na menopausa a partir do momento em que ela completa um ano sem menstruar. Mas aí surge uma dúvida: e as mulheres que param de menstruar após uma cirurgia para retirada do útero? Nestes casos, quando os ovários não são retirados, o diagnóstico de menopausa depende de outros critérios.
Essa confusão acontece pois, apesar de usarmos a menstruação como parâmetro, o que ocorre na verdade é o fim da reserva de óvulos da mulher, somada a uma queda da produção dos hormônios que vinham dos ovários, especialmente os estrogênios, e é daí que veem os principais sintomas e consequências para a saúde e qualidade de vida das mulheres.
Quanto à possibilidade de gravidez, fica inviável de forma espontânea e com óvulos próprios após a menopausa. A mulher precisaria de um tratamento de reprodução assistida com óvulos doados de outra mulher para poder gestar.
Em relação à parte hormonal, a falta de estrogênios pode causar os sintomas já bem conhecidos de menopausa, como calores repentinos (fogachos), sudorese, alterações no sono, humor e concentração, mas o grande problema relacionado a falta de estrógenos na menopausa precoce está justamente no fato de ela acontecer tão cedo.
Os estrogênios exercem diversas funções no corpo da mulher, e sua queda precoce pode levar não só a piora na qualidade de vida, mas a consequências para a saúde, como osteoporose, aumento do risco de doenças cardiovasculares e metabólicas, ressecamento da região genital com repercussões sexuais e urinárias, entre outros.
Nestes casos, a terapia hormonal, desde que bem indicada após uma avaliação médica, teria um papel fundamental no controle dos sintomas e consequências, devolvendo qualidade de vida e diminuindo risco de algumas doenças no futuro.
As mulheres podem prever ou até retardar a menopausa?
Existe uma cultura popular extremamente difundida de que mulheres que tiveram a primeira menstruação mais cedo entram na menopausa mais cedo e vice-versa, como se a quantidade de anos que as mulheres menstruam fosse o mesmo para todas, mas isso não é verdade. Quanto à chance de uma mulher entrar na menopausa de forma precoce, com exceção de algumas doenças ou tratamentos muito específicos, a melhor forma de prevermos é através do histórico familiar, ou seja, se a mãe ou alguma irmã mais velha teve falência ovariana precoce, o risco dessa mulher ter também é bem maior.
A menopausa ainda é algo que não pode ser retardado, não existe uma forma de manter o ovário funcionando e principalmente ovulando depois de um certo tempo, isso porque os óvulos de cada mulher não são produzidos ao longo da vida, e sim liberados. As mulheres já nascem com uma quantidade de óvulos e invariavelmente eles morrem com o tempo, mesmo não ovulando. Uma forma de preservar a fertilidade para mulheres que não podem ou não desejam engravidar até uma certa idade é o congelamento de óvulos, mas isso já foi abordado em outro texto.
Mas afinal, o que pode ser feito?
Um acompanhamento de rotina com um ginecologista pode ajudar a identificar mais cedo sinais de uma possível menopausa precoce, e antes disso discutir a vontade de gestar e orientar o congelamento de óvulos quando necessário e viável.
Atividade física, uma dieta saudável, se manter metabolicamente bem e dentro do peso, são recomendações para qualquer fase da vida, mas o impacto de tudo isso na transição para a menopausa farão muita diferença, amenizando sintomas, ajudando na saúde óssea, diminuindo risco de doenças cardiovasculares, acúmulo de gordura abdominal e outras.
*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
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