O joelho é uma articulação que sofre mais do que outras com a sobrecarga do nosso peso. Não só no esporte, mas em atividades corriqueiras como ficar muito tempo em pé, uso excessivo de escadas, muito tempo de salto alto e até passar muito tempo sentados, pode ser prejudicial para os joelhos.
Isso porque a principal função dos joelhos não é fazer a extensão da perna, como para chutar uma bola, e sim absorver o impacto de nosso corpo em contato com o solo. Junto com a contração dos músculos da parte da frente da coxa, que chamamos de quadríceps, é capaz de absorver a energia de quando estamos nos movimentando, como em uma caminhada, e desaceleramos quando tocamos o solo.
A condromalácia patelar é uma condição caracterizada pelo amolecimento e degeneração da cartilagem na superfície entre a patela e o fêmur, resultando em dor na região anterior do joelho. Em alguns casos a degeneração pode levar à destruição completa desta cartilagem. Frequentemente está associada a anormalidades biomecânicas, como desalinhamento da articulação, que pode aumentar o estresse na cartilagem patelar.
As mulheres têm maior probabilidade de desenvolverem condromalácia patelar do que os homens, em função de fatores anatômicos, hormonais e até por alguns hábitos diários. Dentre estes fatores destacam-se:
- Estrutura corporal: a largura da pelve feminina faz com que os joelhos se projetem para dentro durante o movimento, formando um aspecto em X, chamado de valgo dinâmico, o que pode sobrecarregar a articulação patelofemoral.
- Ativação muscular: em algumas atividades, os músculos quadríceps e glúteos das mulheres ativam-se mais tarde do que os dos homens, o que pode impactar mais as articulações. A diferença de força entre estes grupos musculares também pode ser importante.
- Hormonais: o perfil hormonal das mulheres torna seus ligamentos e articulações mais frouxos. Essa diferença é de extrema importância para o alargamento da pelve que ocorre na gestação e no parto, mas pode gerar instabilidade em outras articulações.
- Hábitos diários: o uso frequente de salto alto pode sobrecarregar os joelhos.
Os principais sintomas associados à condromalácia patelar em mulheres incluem dor na região anterior do joelho, que é frequentemente exacerbada por atividades que aumentam o estresse na articulação, como subir escadas, agachar ou ficar sentado por longos períodos com os joelhos dobrados. A dor pode ser acompanhada por crepitação ou sensação de estalos durante o movimento do joelho. Mas como podemos prevenir ou evitar as dores relacionadas à condromalácia patelar?
A fisioterapia é recomendada para corrigir desequilíbrios musculares e melhorar a biomecânica do joelho. Inclui técnicas de reeducação do movimento e fortalecimento neuromuscular, além de muito útil no controle das dores associadas a quadros mais agudos.
A modificação das atividades, evitando aquelas que exacerbam a dor, é uma estratégia importante para prevenir a progressão da condição, e também devem ser orientadas por um fisioterapeuta.
O fortalecimento muscular, especialmente dos músculos do quadril e do quadríceps, é essencial no processo, pois ajuda a melhorar o alinhamento patelofemoral e a reduzir o estresse na articulação. Deve ser propriamente orientado por um profissional de educação física, capaz de corrigir movimentos que possam ser prejudiciais e priorizar exercícios que trarão mais estabilidade para a articulação.
A reeducação da técnica de corrida, também pode reduzir o risco de dor patelofemoral. Complicações como a condromalácia que são prevenidas quando indicamos o fortalecimento muscular através da musculação para um atleta de corrida, por exemplo.
Essas intervenções devem ser personalizadas de acordo com as características individuais de cada pessoa, levando em consideração fatores anatômicos e biomecânicos específicos, além das necessidades diárias ou da modalidade esportiva praticada. Em caso de dores no joelho consulte um ortopedista, que fará o correto diagnóstico e as orientações quanto à melhor forma de acompanhamento e tratamento.
*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
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