Quem nunca sentiu aquela pressão ou sensação de aperto na cabeça depois de um dia  exaustivo? Esse é o principal sintoma da cefaleia tensional que, de acordo com a Sociedade  Brasileira de Cefaleia (SBCe), afeta mais de 13% da população brasileira.  Relacionada à tensão emocional, a cefaleia tensional pode se tornar crônica e recorrente com o  passar do tempo sem tratamento, atrapalhando todas as atividades laborais em geral, desde o  desempenho no trabalho, nas atividades diárias e impactando até mesmo nas relações  interpessoais.  

 

Como a tensão muscular leva à cefaleia

O que poucas pessoas sabem é que a tensão muscular nas costas e nos ombros também  impactam neste tipo de dor de cabeça. Bernardo Sampaio, fisioterapeuta, explica que a coluna cervical desempenha um papel fundamental  na sustentação da cabeça e na coordenação dos movimentos do pescoço. 

“Quando há tensão excessiva nos músculos dessa região, os nervos se comprimem e o fluxo  sanguíneo é restringido, a combinação perfeita para a intensificação dos sintomas da cefaleia”,  comenta o especialista sobre a relação entre coluna e dores de cabeça.  

 

As causas da cefaleia  

As causas da cefaleia tensional ainda não foram completamente compreendidas, mas a má  combinação de estresse, depressão ou ansiedade, associados a grandes períodos de esforços  físicos podem ser os principais estopins. 

“Se manter na mesma posição por longos períodos,  especialmente em frente a um computador, pode contribuir para a tensão muscular na coluna  cervical, o que também pode ser prejudicial para o bem estar craniano”, completa Bernardo. 

Além desses fatores, o fisioterapeuta explica que esse tipo de dor de cabeça também pode advir  de fadiga ocular, seja devido ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos ou então pela falta do  uso contínuo dos óculos, predisposição genética ou também devido a distúrbios do sono, como  a insônia.  

 

Como identificar os sintomas da cefaleia? 

Quando questionado sobre os sintomas da cefaleia tensional, Bernardo explica que ela se  manifesta por uma dor de cabeça bilateral, frequentemente descrita como uma sensação de  pressão ou aperto, com intensidade leve a moderada e sem pulsação. 

“A dor tende a ser  contínua e o seu período varia em cada caso, podendo durar de 30 minutos a vários dias”, disse. “Na grande maioria dos casos, ela vem acompanhada pela sensação de sensibilidade muscular  no pescoço e ombros, além de irritabilidade e dificuldade de concentração”, acrescenta o  fisioterapeuta.  

 

O que fazer para aliviar os sintomas? 

Para aliviar esses sintomas, o especialista indica algumas boas práticas e hábitos que visem a  diminuição da tensão muscular na região do trapézio e que, claro, também promovam o  gerenciamento do estresse, depressão ou ansiedade. Veja mais detalhes abaixo: 

  • Faça pausas regulares durante atividades que envolvam permanecer na mesma posição  por um longo tempo. Estique o pescoço e os ombros para aliviar a tensão muscular.
  • Pratique exercícios de relaxamento que podem ajudar a reduzir o estresse e a tensão muscular.
  • Realize exercícios de fortalecimento para os músculos do pescoço e dos ombros para  melhorar a resistência, e reduzir a probabilidade de tensão muscular.
  • Desenvolva estratégias eficazes para gerenciar o estresse, como a prática regular de  atividades relaxantes, a definição de limites e a busca de apoio emocional. 

“Ao compreender a interconexão entre a cefaleia tensional e a saúde da coluna, buscar um  diagnóstico preciso e um tratamento adequado, o alívio dos sintomas e a melhora da qualidade  de vida virão como consequência”, finaliza Bernardo.  

Se quiser saber mais sobre esse e outros assuntos relacionados à fisioterapia, confira o podcast com o doutor Bernardo.  

 

Em colaboração: Bernardo Sampaio, fisioterapeuta pela PUC Campinas, possui especialização  e aprimoramento pela Santa Casa de São Paulo e é mestre em Ciências da Saúde pela mesma  instituição. Atua como professor universitário em cursos de pós-graduação na área de  fisioterapia músculo esquelética e é Diretor Clínico do Centro Especializado em Movimento  (CEM), ITC Vertebral e Instituto Trata, de Guarulhos.  

 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.