Um estudo publicado em junho de 2024 na renomada revista The New England Journal of Medicine descobriu que inserir na alimentação das crianças, produtos com amendoim de modo regular, desde a infância até os cinco anos de idade, reduziu a taxa de alergia ao amendoim na adolescência em até 71%.
Essas descobertas devem reforçar aos profissionais da saúde, pais e cuidadores, de que alimentar as crianças pequenas com produtos de amendoim durante a introdução alimentar, desde que com segurança, pode fornecer proteção duradoura contra a alergia ao amendoim. Se for amplamente implementada, esta estratégia simples e segura poderá prevenir dezenas de milhares de casos de alergia a esse alimento.
Em outro estudo, metade dos participantes consumiram regularmente produtos de amendoim desde a introdução alimentar até aos cinco anos de idade, enquanto a outra metade evitou produtos de amendoim durante este mesmo período. Os pesquisadores descobriram que a introdução de produtos de amendoim nas crianças desde o início da infância reduziu o risco de alergia ao amendoim aos cinco anos de idade em 81%.
Resultados dos estudos
Nos estudos, os pesquisadores testaram os participantes quanto à alergia ao amendoim, dando-lhes quantidades gradualmente crescentes para ver se conseguiriam consumir, com segurança, pelo menos 5 gramas de amendoim.
Entre os participantes do grupo que evitavam o amendoim desde a introdução alimentar, mais de 15% tinham alergia ao amendoim aos 12 anos ou mais. Já no grupo que consumiu o amendoim, apenas 4,4% desenvolveram a alergia.
Efeito protetor da introdução precoce do amendoim
Embora as crianças do grupo que consumiu amendoim comessem mais amendoim durante a infância do que as do grupo que evitava o amendoim, a frequência e a quantidade de amendoim consumida posteriormente variou entre os participantes. Ocorreram até períodos em que os participantes não comeram amendoim.
Isso demonstrou que o efeito protetor do consumo precoce de amendoim durou sem a necessidade de consumir produtos de amendoim de forma consistente durante toda a infância e início da adolescência.
Qualidade do amendoim
Os amendoins podem ter altas quantidade de aflatoxinas que são substâncias resultantes da atividade metabólica de fungos (bolores, mofos), que podem intoxicar seres humanos e animais. Assim, para que exista segurança, busque produtos que contenham o selo ABICAB que garantem a qualidade e segurança do amendoim, por cumprimento dos requisitos da legislação em relação aos níveis de aflatoxinas e fabricação de produtos à base de amendoim totalmente seguros (auditados e monitorados).
Cautela na oferta para bebês
Não é viável oferecer o grão inteiro para bebês de 6 meses de idade, devido à dificuldade do ato da mastigação. Portanto é importante buscar outras formas, como farinha de amendoim (o amendoim pode ser bem triturado com processador) ou pasta de amendoim. No caso da farinha ou da pasta, é possível agregar com outros alimentos, amassando junto com uma fruta, como banana ou mamão. Ainda, é possível inserir junto com mingau ou iogurte natural. Com essa simples estratégia é possível reduzir o risco de alergia ao amendoim e ainda ampliar o repertório alimentar dos bebês e crianças. Ainda sobre introdução alimentar, confira meu texto sobre “Leite A2 e a solução para desconfortos gastrointestinais”.
*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
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