A resistência à insulina é uma condição metabólica crescente que impacta muitas pessoas ao redor do mundo todo. Esta disfunção no corpo pode ser a causa de várias doenças crônicas, como diabetes tipo 2, obesidade e hipertensão arterial. 

Vamos verificar algumas intervenções eficazes por meio de ajustes alimentares e atividade física para melhorar a sua saúde e prevenir as principais complicações deste problema.

 

O que é resistência à insulina?

Resistência à insulina é um estado metabólico em que as células do corpo não conseguem responder adequadamente à insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas responsável pelo metabolismo da glicose. Quando a insulina não pode desempenhar sua função efetivamente, resulta em níveis elevados de glicose no sangue, o que provoca uma carga adicional sobre o pâncreas, que tenta compensar produzindo mais insulina.

 

Fatores de risco e prevalência

Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da resistência à insulina, incluindo genética, obesidade, sedentarismo e uma dieta pobre em nutrientes (alta exposição a alimentos refinados, principalmente). Atualmente, existem diversas avaliações epidemiológicas sobre a resistência à insulina e já encontramos valores em torno de 40% dos adultos nos EUA apresentando essa condição. 

Estima-se que uma porcentagem até mesmo maior da população global sofre de alguma forma com a resistência à insulina, já que muitas vezes ela passa sem diagnóstico, tornando-a uma das maiores ameaças silenciosas à saúde pública moderna. 

 

O impacto da resistência à insulina em doenças crônicas

Diabetes Tipo 2:

A ligação entre resistência à insulina e diabetes tipo 2 é direta e bem documentada. A incapacidade no longo prazo de usar insulina efetivamente leva ao diabetes tipo 2, uma condição crônica que afeta a forma como o corpo metaboliza a glicose. Nesse caso, após um longo período de sobrecarga sobre o pâncreas para metabolizar o excesso de glicose, ele perde a função até o momento em que não consegue mais estabilizar a glicose no sangue. A partir de então começam os primeiros sinais reais da diabetes do tipo 2.

 

Hipertensão e doenças cardiovasculares

A resistência à insulina também pode contribuir para o desenvolvimento de hipertensão, através do impacto que a insulina tem sobre os rins e os vasos sanguíneos. Além disso, o desequilíbrio hormonal e metabólico associado à resistência à insulina pode levar ao acúmulo de placas nas artérias, elevando o risco de doenças cardiovasculares.

 

Outros problemas associados

A síndrome metabólica, uma soma de condições que inclui aumento da pressão arterial, altos níveis de glicose no sangue, excesso de gordura corporal ao redor da cintura e níveis anormais de colesterol e/ou triglicerídeos, também está frequentemente ligada à resistência à insulina. Esta síndrome aumenta muito o risco de doenças cardiovasculares.

 

Dieta: estratégias para combater a resistência à insulina

Redução de carboidratos simples: uma das mudanças dietéticas mais eficazes para combater a resistência à insulina é diminuir a ingestão de carboidratos simples. Alimentos ricos em açúcares adicionados e carboidratos refinados como pão (feito com farinha refinada principalmente), massas e doces devem ser limitados ou evitados, pois eles causam picos/elevações rápidos nos níveis de glicose e insulina na corrente sanguínea.

 

Aumento do consumo de fibras: incorporar uma quantidade adequada de fibras na dieta vai ajudar a moderar os níveis de glicose no sangue. Alimentos ricos em fibras, como vegetais, folhas, legumes devem ser uma parte presente na dieta do dia a dia.

 

Gorduras saudáveis: as gorduras saudáveis, como as encontradas em nozes, sementes, abacate e peixes, como salmão e sardinha, são essenciais. Elas não só ajudam a manter a saciedade, mas também têm um papel na modulação dos processos inflamatórios e metabólicos que acontecem principalmente no sistema cardiovascular.

 

Exercício regular

Benefícios do exercício: o exercício regular é fundamental para melhorar a sensibilidade à insulina. Atividades como caminhada, corrida, natação, musculação e ciclismo ajudam a reduzir os níveis de glicose no sangue e aumentam a capacidade das células responderem à insulina. Isso porque um corpo ativo se torna mais sensível à insulina o que melhora toda capacidade metabólica em relação à glicose.

Tipos de exercícios recomendados: tanto os exercícios aeróbicos quanto os de resistência são importantes. E claro, antes de mais nada pense sempre em se movimentar quando conseguir, afinal se movimentar é o primeiro passo para melhorar a sua saúde. Na sequência, podemos dar mais um passo no conhecimento e, a partir de então, verificamos que a recomendação geral é de pelo menos 120 minutos de exercício moderado por semana, algo em torno de 25 a 30 minutos por dia 5x na semana.

Resistência à insulina é um desafio significativo para a saúde no mundo, mas com intervenções estratégicas, como ajustes na dieta e na atividade física, é possível trabalhar seus efeitos, melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de doenças crônicas. Abordar esta condição exige uma compreensão clara de suas causas, efeitos e as medidas preventivas que cada indivíduo pode tomar para proteger sua saúde a longo prazo.

 

Use esse conhecimento a seu favor! E não esqueça: a sua saúde é a sua primeira riqueza!

Até breve,

Dr Takassi

 

Informações importantes:

1 – O artigo tem puramente um caráter educativo para a população em geral. Ou seja, não se trata de uma recomendação médica e ainda reforçamos que em caso de qualquer queixa ou possível conduta a pessoa deve procurar um médico / profissional da área da saúde. 

2 – Por ser um artigo focado em educação, em nenhum momento o objetivo é substituir uma consulta médica. Por isso, mais uma vez em caso de necessidade, a pessoa deverá procurar um atendimento médico. 

3 – Os vídeos são produzidos com informações encontradas em livros e artigos científicos mais atuais sobre o tema. No entanto, devido à dinâmica da mudança dos conhecimentos científicos, alguns conceitos podem alterar ao longo do tempo. 

4 – De acordo com Art. 8º da Resolução CFM 1974/11 de Publicidade do Código de Ética Médica, os artigos têm somente caráter de prestar informações de fins estritamente educativos.

 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

Referências Bibliográficas

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