Um estudo realizado pela Pesquisa Global de Sentimento do Consumidor em 2022, mostrou que 91% dos brasileiros buscam um estilo de vida mais saudável, sendo que 65% querem melhorar a saúde física e 63% a saúde mental e emocional. Entretanto, de acordo com o IBGE, 40,3% dos adultos no Brasil são sedentários.
Independentemente de você nunca ter treinado e estar sempre desmotivado ou se você está treinando e fica desmotivado do nada, reuni dicas para você não encontrar desculpas quando não estiver disposto a malhar.
Não dependa da sua motivação extrínseca para treinar
Existem dois tipos de motivação: a intrínseca, quando fazemos algo porque é legal e não esperamos nenhum retorno nem nos sentimos pressionados a fazê-lo; e a extrínseca, quando realizamos alguma coisa em busca de recompensa (como dinheiro, ou elogios) ou tentando evitar uma punição. Depender da motivação extrínseca para alimentar qualquer mudança de comportamento pode ser uma armadilha. Nossas ações devem estar alinhadas com os nossos valores o que nos compromete a seguir em frente, criando rotinas que incentivam a cumprir os objetivos.
Uma pesquisa realizada pelo International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity mostrou que a motivação intrínseca é a chave para adotar uma rotina de exercícios que você possa sustentar por toda a vida.
O que precisamos ter em mente é que haverá dias em que você não terá vontade de seguir uma rotina de exercícios e, para isso, devemos romper essa barreira. O primeiro passo é descobrir o porquê não estou motivado. Vale a pena refletir: se você só se exercita porque acha que deveria, raramente estará com disposição.
Prestar atenção aos ganhos tangíveis e mais imediatos (como uma melhora de humor ou uma sensação de realização ou mais energia) em comparação com os ganhos de longo prazo (mesmo que muito válidos, como longevidade, prevenção de doenças e controle de peso) pode significar que você estará motivado para se exercitar com mais frequência, porque provavelmente colherá esses benefícios durante o exercício em si.
É importante mudar de uma meta de realização para uma meta experiencial, para que pareça algo que irá nutrir você e seu dia, em oposição a algo que pareça uma tarefa árdua e que está longe de ser atingido.
O segundo passo é perguntar a si mesmo: “por que não?”
Dizer que você não está com vontade de malhar costuma ser um pretexto para a procrastinação. Então pergunte a si mesmo: “o que estou tentando evitar? Desconforto físico? Julgamento de outras pessoas na academia?”
Depois de identificar o verdadeiro motivo pelo qual você não está com vontade de treinar, você poderá resolvê-lo. Talvez você se lembre de que o progresso só vem com o desconforto, por isso, planeje usar algo que o deixe mais confiante.Se o seu motivo for básico, como, por exemplo, você não está bem descansado, abastecido ou hidratado; atenda a essas necessidades e veja como você se sente.
Concentre-se em começar, mas antes, priorize os treinos que você realmente gosta e sempre busque exercícios que se identifique
Se alguém está lutando para ir às aulas de forma consistente, muitas vezes é porque não se identifica com aquele treino. Por isso, ao invés de replicar o treino que deu certo para algum famoso ou para o coleguinha, busque um exercício que te brilhe os olhos e que te permita ter constância —imagine o treino que você consegue realizar pelo menos 3 vezes por semana pelo resto da sua vida.
Feito isso, identifique os primeiros passos para começar seu treino e comprometa-se com eles. Simplesmente comece. O exercício é uma das poucas coisas que você começa sendo praticamente “empurrado” e, quando termina, tem a melhor sensação do mundo de dever cumprido.
Crie um hábito que sinalize para seu corpo entrar em ação (por isso é tão importante a rotina), evitando a necessidade de recorrer à força de vontade. Depois de começar, você provavelmente desejará continuar. A realidade é que a motivação muitas vezes surge depois de começar algo, e não antes.
Não encontrou motivação em um treino? Mude!
Aumentar a motivação dando pequenos passos é diferente de se forçar a concluir um treino que você teme, ou seja, ir contra o que você quer fazer levará você a desenvolver associações mais negativas com ser ativo —e isso não é o ideal e não servirá a longo prazo. Mesmo sabendo que você se sentirá melhor após o treino, se você não gosta do treino, esse não é o melhor combustível. Forçar um exercício ou treino que você não gosta, pode ser um “tiro no pé”, fazendo com que desenvolva uma repulsa à atividade. Portanto, se você começou o treino, tentou e ainda não está motivado para continuar, tente uma atividade diferente. Dê a si mesmo graça, honre e esteja ciente do fato de que você está fazendo uma escolha consciente por conta do que está sentindo hoje e pelo seu bem. Em vez de se forçar a praticar exercícios de uma maneira específica, é muito mais eficaz adaptar a maneira como você se exercita de acordo com o que você sente e as circunstâncias da sua vida.
Você pode criar opções de treinos realizando vários exercícios que você gosta ou tem vontade de fazer em um determinado dia. Talvez você dance na sua sala de estar em vez de correr, ou troque a academia por uma caminhada na rua.
Preste atenção em sinais de overtraining!
Se você treina bastante e bate aquela falta de vontade de fazer exercícios, pode significar que você deve descansar. No extremo, o declínio da motivação e a baixa energia podem ser sinais de síndrome de overtraining —excesso de treinamento. Por isso, se você está sentindo um cansaço profundo e é por isso que está com baixa motivação, talvez seja melhor dar uma caminhada ou realizar alguns alongamentos leves no lugar do treino habitual. Lembre-se: o descanso é um componente importante de uma rotina de exercícios. Consulte um médico caso o cansaço não cesse e seja excessivo.
*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
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