Atualmente o café é cultivado por mais de 70 países, sendo o Brasil um dos maiores produtores junto com a Colômbia. E falando um pouco mais sobre a composição nutricional desta bebida tão famosa, ela possui predominância de cafeína, porém encontramos também outros compostos em sua mistura. 

São eles o ácido clorogênico e o ácido cafeico, tendo estes dois últimos, propriedades antioxidantes altamente efetivas na prevenção e controle de doenças crônicas, como a diabetes e as cardiovasculares. 

Com relação ao metabolismo dos carboidratos, podemos comentar que os compostos encontrados no café têm efeitos comprovados na melhora metabólica deste nutriente e, portanto, da resistência à insulina. 

O grande dilema, que em geral é um ponto de dúvida entre as pessoas, fica quando nos damos conta de que o principal componente desta bebida, a cafeína, pode diminuir o aproveitamento do cálcio pelo nosso corpo, prejudicando as funções que necessitam deste mineral. Além disso, o café desempenha um papel estimulante no organismo, que para muitos, gera desconforto gástrico, intestinal e, também, compromete a qualidade do sono. Para se ter uma ideia, 240 ml desta bebida instantânea fornece aproximadamente 100 mg de cafeína. Mas embora tenhamos estes efeitos, quando pensamos nos aspectos positivos da bebida, além do efeito antioxidante já comentado, o café também favorece o efeito broncodilatador e melhora a concentração. 

Buscar um ponto de equilíbrio é a maior questão, quando a dúvida é consumir ou não a bebida, portanto, podemos começar escolhendo a melhor forma de preparo e reduzindo a quantidade consumida porque, se observarmos bem, o café é servido em recipientes cada vez maiores (por exemplo, 200 a 350 ml), normalmente fornecendo 180 a 300 mg de cafeína por porção. 

O café descafeinado também pode conter cafeína, porém, em doses muito mais baixas que geralmente variam de 5 a 15 mg por 150 ml, logo, o que fará a diferença será a quantidade consumida. 

Vamos observar o que a literatura científica nos mostra, quando o assunto está relacionado ao consumo do café e alguns tipos de cânceres:

TIPOS DE CÂNCER      CONSUMO SUGERIDO
  Mama  Consumo elevado aumenta o risco para desenvolver a doença.
  Gástrico  Existe uma associação positiva entre o consumo do café e o aumento na chance de desenvolver a doença.
  Fígado  Efeito preventivo;

  Componentes do café atuam no processo de detoxificação hepática, logo, desempenham ação protetiva.

  2 xícaras diárias de café podem reduzir em 43% a chance da doença. 

 Próstata  Associação positiva entre o consumo e o aumento na chance de desenvolver a doença.
 Pâncreas  Dados controversos e inconclusivos.

 

Outro aspecto que vale a discussão é que o café contém compostos conhecidos como diterpenos, que podem aumentar o colesterol sanguíneo; a concentração desses compostos depende de como o café é preparado. Quando a bebida é fervida, estes compostos são presentes em maiores concentrações porque pelo contato prolongado com a água quente, eles são extraídos do grão. Já o café filtrado por ter um tempo menor de contato com a água quente, logo, os diterpenos estarão em menores concentrações na bebida. 

Um estudo científico realizado com adultos jovens demonstrou que beber 4 a 6 xícaras de café fervido por dia, durante 9 semanas, favorece um aumento significativo no colesterol total e em menores proporções da lipoproteína de baixa densidade (LDL).

 

A pergunta é: como encontrar um ponto de equilíbrio?

– Controlando o volume consumido, mantendo-se em no máximo 4 xícaras de até 150 ml por dia;

– Evitar o café expresso e instantâneo e preferir o coado ou descafeinado;

– Não consumir esta bebida a partir de 2 horas antes de dormir, porém, consumir dentro das quantidades recomendada em momentos de maior demanda atencional;

– Para quem tem predisposição genética aos cânceres de estômago, mama e próstata, além de elevação de colesterol, o consumo deve ser esporádico.

 

*O conteúdo desta matéria tem caráter informativo e é supervisionado por um Profissional da Saúde.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

Referências Bibliográficas

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Butt MS, Sultan MT. Coffee and its consumption: benefits and risks. Crit Rev Food Sci Nutr. 2011 Apr;51(4):363-73. doi: 10.1080/10408390903586412. PMID: 21432699.
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