02/08/2023 - 21:46
Quem não quer ter uma pele de milhões? É possível, com certeza, e existem diversos caminhos. Um deles é o levantamento de peso. Sim, você leu certo! Levantamento de peso.
Um estudo deste ano, intitulado “O treinamento resistido rejuvenesce a pele envelhecida, reduzindo os fatores inflamatórios circulantes e aumentando as matrizes extracelulares dérmicas”, publicado na Scientific Reports, chegou a conclusão de que tanto exercícios aeróbicos quanto o treinamento com pesos modificam a expressão gênica e fazem com que a saúde subjacente das células e tecidos da pele facial melhore. Porém, os exercícios resistidos produziram benefícios que iam além daqueles que faziam parte dos exercícios de resistência.
O estudo foi feito com mulheres japonesas de meia idade, que passaram por exames de sangue e ultrassom. Metade delas também foi instruída a pedalar por 30 minutos duas vezes por semana. As demais começaram a levantar peso, também duas vezes por semana e por 30 minutos. O resultado foi uma elasticidade da pele melhorada e matriz extracelular mais densa, enquanto os genes que participavam da criação do colágeno cutâneo eram mais ocupados.
Outro estudo, de 2015, que recebeu o nome de “A interleucina-15 estimulada pelo exercício é controlada pela AMPK e regula o metabolismo cutâneo e o envelhecimento”, que contou com um grande número de pessoas, algumas ativas e outras sedentárias, desnudou nádegas para uma biópsia de pele. A pele de pessoas ativas apresentava um estrato córneo, a camada externa da pele, e uma derme mais espessa, uma camada estrutural mais profunda, comparada a pessoas inativas da mesma idade. Além disso, suas células da pele possuíam mitocôndrias saudáveis.
Nesse estudo, quando solicitados que corressem ou andassem de bicicleta algumas vezes por semana durante três meses, homens e mulheres idosos sedentários tiveram a camada externa de suas nádegas afinadas e a camada interna crescida, enquanto suas células da pele tiveram mitocôndrias adicionadas.
“A atividade física praticada regularmente, com acompanhamento e de forma consciente, promove o aumento da atividade antioxidante, elevação da produção de hormônio do crescimento (GH) e de L-glutamina, substâncias que têm ação contra o envelhecimento, turbinação da produção de endorfinas, que melhoram o humor, e, além disso, ajudam a neutralizar parte dos radicais livres, além de facilitar a utilização de oxigênio pelas células da pele, contribuindo para sua nutrição. Só é preciso ter cuidado com o exagero. Exercício é necessário, mas com moderação. Respeitar o corpo é primordial.” comenta Paola Machado, mestre e doutora em Ciências da Saúde e colunista da editoria.
“O exercício aumenta a geração de radicais livres e espécies reativas de oxigênio (EROs), através de várias vias. Os radicais livres são um dos responsáveis pelo envelhecimento da pele, porém, a maioria das EROs são neutralizadas em treinos curtos e/ou intensos por um sofisticado sistema de defesa antioxidante composto de uma variedade de enzimas e antioxidantes não enzimáticos, incluindo vitamina A, E e C, glutationa, ubiquinona e flavonoides.
Porém, exercícios de longa duração (acima de 1 hora e 30 minutos) tendem a gerar quadros de imunossupressão, deixando uma “janela aberta” para ações deletérias no nosso organismo. Por isso, as atividades físicas que ultrapassam os limites fisiológicos promovem um aumento na produção de radicais livres que não são neutralizados, por conta de uma redução na ação antioxidante, causando o chamado estresse oxidativo.
Vale enfatizar que, com o exercício, o seu corpo pode utilizar até 15 vezes mais oxigênio que o normal, aumentando a ação das espécies reativas de oxigênio e provocando o estresse oxidativo.
Agora você me pergunta: “Então, correr vai deixar minha pele envelhecida ou não?”
Dependerá da duração do exercício. A liberação de radicais livres e a redução da resposta antioxidante causada em exercícios prolongados podem comprometer a sua pele, bem como sua saúde.” completou ela.
Para saber mais acesse o texto de Paola, sobre flacidez, alimentação e exercício: Flacidez e envelhecimento: qual a influência do exercício? – ISTOÉ Bem-estar (istoe.com.br)